14 de dezembro de 2010

A Curitiba que nem todos querem ver

Danilo Georgete
Lucas Kotovicz


A maioria da população se vangloria por morar na cidade de Curitiba. Talvez pela forte influência midiática, que trata a capital do Paraná como a cidade modelo, exemplo de transporte urbano e da sustentabilidade.

Mas Curitiba é modelo de que? Logo vem a mente o “bom” transporte público e os belos parques, mas só isso serve para ser conhecida como modelo? A cosmopolita Curitiba sofre com problemas igual à toda grande metrópole. Embora a capital paranaense tenha sim, belos parques, a maioria deles são cópias. Um exemplo é o Jardim Botânico. A conhecida estufa é uma cópia de um palácio de Londres e, seus jardins, são cópias fiéis dos jardins de Luxemburgo, em Paris.

Grandes problemas vêm afetando Curitiba nos últimos anos. A cidade inchou com o grande número de migrantes e, como toda grande cidade, ficou a mercê da violência e da insegurança, que são cada vez maiores na cidade.

O estudante de jornalismo Rodrigo Araújo saiu de sua cidade natal, São Paulo, para estudar em Curitiba. Depois de ser assaltado, após cinco anos morando aqui, Araújo mudou sua opinião quanto à capital paranaense. “Antes eu andava de madrugada tranquilamente. Saia e voltava para casa a pé às 3 da manhã sossegado. Para mim, era 3 horas da tarde. Há um ano, eu estava voltando para casa e me assaltaram a 50 metros de casa, às 6 da manhã.”, conta. Depois disso, o estudante mudou totalmente de opinião quanto à segurança da cidade. “Quando eu mudei para cá, Curitiba era uma. Hoje é outra, completamente diferente. Hoje eu presto mais atenção quando eu saio na rua”, diz.

Matheus Lara, estudante de ensino médio, veio de São Mateus do Sul para estudar em Curitiba. Morando a pouco menos de um ano no centro da capital, Lara revela que foi assaltado em plena luz do dia, em frente ao shopping Cristal. “Um chegou com uma faca, e o outro com uma arma. O assaltou levou alguns segundos. Quando olhei para os lados, chegou um senhor e disse que tinha visto que as mesmas pessoas que me assaltaram, tinham assaltado uma senhora a poucos minutos atrás. Fiquei indignado. Primeiro, porque as mesmas pessoas fizeram dois assaltos em questão de minutos. Segundo, porque o senhor que viu os dois assaltos não fez nada”, conta. Por morar em um apartamento, Matheus também já viu um assalto de sua sacada. “Vi todo o processo: desde os elementos chegando perto da moça. O grito dela, e a correria. Não pude fazer nada na hora. Fiquei imóvel. Foi muito rápido”, diz.

Muitos locais que atraem turistas e os fascina durante o dia, acabam se tornando lugares obscuros e perigosos, lembrando tão bem cenários dos livros do escritor curitibano Dalton Trevisan. Enquanto de dia a modernidade e a aparente organização se mostram quase supremas, à noite a realidade se distancia - e muito - da aprazível Curitiba. Neste período a cidade se revela uma paisagem típica dos grandes centros: jovens em busca de diversão - lícita ou ilícita -, que se movimentam contrários às implícitas leis de ordem e civilidade. O teatro Guaíra, outro grande monumento da cidade, é palco para usuários de crack ao redor. “É a juventude que se mostra oposta à hipócrita fantasia de ‘cidade modelo’”, afirma a blogueira Anna Azevedo, que escreve sempre sobre uma Curitiba alternativa.

O Museu Oscar Niemayer, popularmente conhecido como museu do olho, é um dos pontos da cidade que anda perdendo o brilho. A moradora Maria* falou que é frequente ver nas dependências do museu jovens se drogando. Ela também disse que o museu é um lugar que atrai muitos mendigos, que vão até lá para pernoitar. Maria relata que os seguranças do museu são agressivos e abusam da violência, muitas vezes com a conivência da polícia. “Os seguranças do museu usam de violência contra mendigos que procuram abrigo para dormir. Uma vez tive o desprazer de ver o pobre do mendigo chorando de frio, por ter sido molhado pelos seguranças depois de apanhar.”, conta.
E não é somente o Museu do olho que sofre com essa brusca mudança de comportamento, sendo de dia atrações turísticas bem vistas, e a noite pontos que envergonham a cidade.

Outro exemplo clássico de bipolaridade de pontos turísticos curitibanos é o centro histórico. Localizado no Largo da Ordem, abriga uma cultura imensa, casarões antigos, igrejas e várias atrações, como a tradicional feirinha do largo da ordem que acontece todos os domingos. Mas o Largo é um dos locais mais perigosos da cidade de noite. “O Largo é muito perigoso, se ficar dando bobeira lá é óbvio que vai ser assaltado” conta o estudante Carlos Carvalho, de 20 anos. Carlos ainda discorreu que é comum encontrar no Largo adeptos da ideologia neonazista, “Eles sempre estão por lá, é comum vê-los, os skinheads são ridículos, já vi alguns deles baterem em homossexuais na região do centro histórico”.

Já existem discussões para resolver os problemas da cidade. Além de projetos feitos pela prefeitura, incentivo salarial para policiais, revitalização da cidade entre outros projetos, também há projetos paralelos de entidades como o instituto Gaudium e a Ação Social do Paraná que realizaram nos dias 10, 11 e 12 de setembro a segunda edição da Festa da Luz. A festa teve como objetivo revitalizar o centro histórico da cidade. Como em todos os grandes centros do Brasil, Curitiba sofre com vários problemas de infraestrutura, aqui não é a capital de conto de fadas como muito se diz por aí.

*Nome Fictício.

16 de outubro de 2010

TRI legal!

Uma seleção, que encanta, emociona, joga bonito e ainda por cima conquista o Tricampeonato mundial! Se engana, quem pensa que é a seleção de futebol de 1970... essa é a seleção de vôlei comanda pelo “monstro” Bernardinho.

Como ex-jogador de vôlei, sempre fui mais íntimo desse esporte, acompanhei o mundial desse ano meio nas coxas, por conta dos jogos serem no meio da tarde e, como somos somente o país do “fiasco” do futebol, não damos importância para os mundiais de outros esportes.

Com um regulamento que escancaradamente privilegiava a Itália anfitriã do torneio, o Brasil teve que passa por cima de todos, para chegar ao legítimo Tri, coisa que o futebol não tem!

A seleção do capitão Giba, foi duramente criticada por perder de propósito da Bulgária para cair em uma chave mais fácil, me pergunto, criticada porque? O Brasil jogou com o regulamento debaixo do braço. Aposto se tivesse acontecido o mesmo com o futebol, a imprensa brasileira teria apoiado.

Quem lê minha coluna, sabe que gosto de futebol, só que fico meio chateado com o desprezo com os esportes olímpicos, o vôlei por exemplo conquista mais títulos do que o futebol, e isso não é de hoje! Fica aqui meus parabéns para a BAND que abriu mão de transmitir jogos do campeonato brasileiro para passar em rede nacional a final do mundial de vôlei.

E que final foi aquela, 3x0 fácil,fácil em cima dos temidos cubanos. E escrevam o que estou dizendo, a única equipe que poderá bater de frente com o Brasil nos próximos 5 anos será Cuba. Assim como o Brasil, Cuba tem uma base fortíssima.
Parabéns também ao Giba, Dante e Rodrigão que são os únicos jogadores a participarem dos três mundiais conquistados pela seleção. Outro jogador que também merece os parabéns é o Vissotto, que igualou a marca do eterno capitão Nalbert, os dois são os únicos jogadores no mundo a serem campeões mundiais em todas as categorias do vôlei.

Por fim, foi emocionante assistir esse mundial, foi emocionante ver os jogadores lutarem, suarem a camisa, mostrar amor ao país. Para todos os jogadores e comissão técnica do Brasil, o sincero agradecimento do povo brasileiro, pois nesse ano onde toda a mídia apostou as fichas no futebol canarinho, foi o voleibol que trouxe mais alegrias... e o melhor de tudo, é saber que não acaba por aqui... vai começar agora o mundial feminino e adivinhem: Somos os favoritos! É TRI legal assistir o vôlei nacional jogar!

No twitter tem que ter twitequeta

Muitas pessoas acham que a vida virtual não precisa ser regada a educação. Aí é que se enganam! Cada vez mais é preciso boas maneiras na web.

O twitter é o site em que o usuário mais se expõe. Pela manhã, você vê vários twetts de bom dia. No decorrer do dia, esses vão sendo trocados por discussões, xingamentos e desabafos. Mas... até onde vai o limite para você falar o que sente? No twitter esse limite vai até onde não se prejudique outro usuário.

Você deve estar pensando: “o que esse articulista quer? Que tenhamos etiqueta no twitter?” Eu respondo: por quê não? Ninguém acessa o twitter pra saber que fulano e cicrano estão de relações cortadas, ou que o Zézinho foi ao banheiro. Informações tolas e sem nexo não devem ser postadas. Além disso, o twitter não é chat! Quer teclar? Usa o msn!

Falar mal do trabalho também fica expressamente proibido. Tudo o que você falar poderá ser usado contra você na hora de sua demissão. Não seja chato, não reclame de tudo. O mais legal do twitter é seguir quem tem pensamentos iguais aos seus, ou que podem acrescentar algo. Ninguém quer passar o dia lendo frases desagradáveis. Afinal de contas, não custa nada ser educado no mundo virtual.

21 de setembro de 2010

Menino prodígio e problemático

Neymar é craque! Isso é fato. Joga bola como poucos, isso quando o garoto quer jogar bola mesmo e não ficar dando uma de caí-caí.
O “mini craque” já mostrou que sabe lidar com a bola nos pés, mas com as palavras e as criticas o menino ainda não sabe como agir. Torcedor ferrenho do Santos, presenciei num sábado a noite no Pacaembu o primeiro jogo profissional do Neymar durante o paulista de 2009, saindo do banco o então garoto de 17 anos mudou a partida com jogadas fantásticas e um passe para gol. Vitória, boa estréia e sair aclamado pela torcida, tive a certeza que estava presenciando o nascimento de um dos grandes jogadores do futebol mundial. Talvez eu tenha me equivocado um pouco.
Grandes jogadores nascem da humildade, algo que o ‘moleque’ da Vila ainda parece não ter em certos momentos, pouco mais de um ano após ter visto a estréia dele pelo Santos, tive a chance de falar com ele no final do jogo contra o Atlético –PR na Arena da Baixada, achei ele super simpático e extrovertido, por incrível que pareça... humilde também.
Mas o menino prodígio do Santos não tem a cabeça no lugar, dar chapéu com o jogo parado, bater pênalti com cavadinha em final de campeonato, não são coisas de craque! O sucesso subiu a cabeça dele e não o culpo por isso. Afinal, qual garoto de 18 anos não ficaria deslumbrado e achando que pode tudo, com o dinheiro que ele ganha e com a forma que a mídia o trata? Eu ficaria!
Outro grande culpado das atitudes do Neymar é o Santos Futebol Clube, que trata o jogador como Deus, nunca vi um jogador ser tão bem tratado como ele. Talvez o único que fique acima seja o Rei Pelé.
Nesse semana o Ney (como é chamado pelo colegas de clube) se envolveu em duas polêmicas – se continuar assim vai roubar a fama de BadBoy do Edmundo – a primeira no jogo de domingo contra o Ceará quando saiu discutindo com o volante do Vozão, na última quarta o bate boca foi com o técnico do Santos Dorival Jr. Tudo começou porque o técnico não deixou ele bater o pênalti, aí Neymar mostrou que é menino mesmo, rebolou com a bola, não passou a pelota para os companheiros, ignorou orientações... Dorival deveria ter dado uma de Capitão Nascimento e falado: Você é um moleque não merece usar essa farda!
Depois do jogo Neymar correu pro twitter e falou que foi discussão de quem quer vencer e que esta junto com o professor Dorival! Se é verdade ou não só o tempo nos dirá. Mas também não é pra exagerar como o técnico René Simões fez falando que estamos criando um monstro. Não foi a primeira e nem vai ser a última vez que um jogador discute e troca xingamentos com o técnico.
A verdade é que o que anda acontecendo com o garoto Neymar, que tem todas as qualidades para ser um dos melhores jogadores do mundo, serve de alerta para os clubes, pois acompanhamento psicológico não é só coisa de louco, é um trabalho importante principalmente com garotos que de da noite para o dia se tornam astros, e ficam entre o céu e o inferno.

8 de setembro de 2010

O resgate do orgulho do basquete nacional



Um elenco com a melhor safra de jogadores dos últimos tempos, tentando apagar a decepção do último mundial, mas que acaba voltando mais cedo para casa. Pode ser o enredo de um filme sobre a participação brasileira no mundial da Copa do Mundo de futebol na África do Sul, mas não! Esse é o enredo da participação brasileira no mundial de basquete disputado na Turquia. Ambos são parecidos em alguns pontos e diferentes em vários outros. Vamos falar dos diferentes, pois os únicos pontos em comum foram os elementos da narrativa.

Comandada pelo argentino Rubén Magnano, a seleção brasileira conseguiu reunir talvez o melhor time de basquete dos últimos tempos do país, chego a dizer que essa foi a melhor seleção depois da geração de Oscar e companhia. Vários problemas apareceram no caminho do time brasileiro, como o corte por lesão do pivô Nenê, que joga no Denver Nuggets da NBA.

Mesmo sem Nenê a seleção continuava forte, contando com grandes jogadores, tais como Leandrinho, Spliter, Huertas e Varejão. O Brasil mostrou para o mundo nesse mundial que ainda pode voltar a ser um dos grandes do basquete.

O jogo contra a “equipe B” dos EUA mostrou que o Brasil podia almejar algo grande no mundial, a derrota por dois pontos de diferença fez o povo brasileiro sentir novamente orgulho do tão injustamente desmerecido basquetebol. Tudo bem que caímos nas oitavas de final diante da forte Argentina, de um inspirado Luis Scola cestinha da partida com 39 pontos. Mas o Brasil lutou até o fim, foi guerreiro, vibrante, nada parecido com o apático time de Dunga no mundial de futebol. Rubén Magnano resgatou o orgulho nacional pelo basquete, resgatou nos jogadores o orgulho de servir a seleção.

Nunca achei que um argentino fosse fazer tão bem para o Brasil, esta certo que não conseguimos o tão sonhado tricampeonato mundial de basquete... É isso mesmo, TRI! Muitos não sabem, mas o Brasil ganhou os mundiais de 59 e 63, só que o campeonato mais lembrado é sem dúvida o épico Pan de Indianápolis de 87.

Para aqueles que só sabem criticar, o Brasil foi muito além das expectativas de muitos críticos, Magnano assumiu o Brasil a pouco mais de três meses e o objetivo não era pegar um pódio no mundial, o real objetivo é levar o basquete brasileiro novamente as olimpíadas, e preparar um time forte para 2016, prova disso é que o armador Raulzinho de apenas 18 anos fez parte do grupo que disputou o mundial na Turquia.

O único ponto que me deixou triste, foi que o armador Marcelinho Machado disputou seu último mundial, e que mundial, o melhor da carreira dele, jogou muito e foi decisivo para o Brasil, sempre saindo do banco e fazendo a diferença... ele mais do que todos merecia uma medalha,com 35 anos dificilmente ira disputar outro grande torneio vestindo as cores do Brasil. Mas quem sabe?! Afinal Londres-2012 é logo ali.

1 de setembro de 2010

O Corinthians que um santista vê.

Nesta semana, um dos mais importantes clubes do cenário futebolístico nacional completou 100 anos; E como eu não podia fugir do clichê tenho que falar um pouco da história corinthiana, por mais difícil que seja... pelo fato de torcer para um dos maiores rivais do alvinegro paulista, o alvinegro praiano mais conhecido como Santos.
Acho muito bonita a história do “timão”, um time que surgiu e foi um dos primeiros a acabar com a tal da elitização no futebol, ou seja, a democracia corinthiana começou muito antes da era Socrates. O mais popular time do estado de São Paulo, surgiu de uma origem humilde, foi criado por dois pintores, um cocheiro e um sapateiro e só foi se firmar entre os grandes clubes paulista nas décadas de 20 e 30, nessa época o alvinegro arrematou nada mais nada menos do que 9 títulos paulistas, sendo três consecutivos.

Mas o melhor momento da centenária história corinthiana (ao meu ver) foi na década de 50, Jovens formados nas "categorias de base" do Corinthians, como Luizinho, Cabeção, Roberto Belangero e Idário, juntaram-se a jogadores como Baltazar, Cláudio e Gilmar, que formaram um dos melhores times da história corinthiana. Essa equipe foi campeã do Campeonato Paulista (1951 e 1952), do Torneio Rio-São Paulo (1950, 1952 e 1953) e da Pequena Taça do Mundo (1953, primeiro título internacional do clube). Em 1954, o Campeonato Paulista daquela temporada despertou grande interesse em todos os clubes e torcedores, porque comemorava o IV Centenário da Fundação da cidade de São Paulo. Para época, era considerado o título paulista mais importante da história, pra minha tristeza deu “Timão”. No final da década de 1950, assumiu a presidência do clube por voto direto dos associados Vicente Matheus, um dos mais carismáticos dirigentes da história do futebol nacional.

Os anos seguintes foram longos para a fánatica torcida corinthiana, campanhas pífias como a do paulista de 1961 fez com que o time ganhasse o apelido de “Faz me rir” dos rivais, craques que chegaram com estátus de salvador da pátria e não vingaram como Almir Pernambuquinho e Mané Garrincha, fizeram o time do parque São Jorge amargar um longo tempo sem títulos, mas foi nessa época que surgiu um dos maiores ídolos do clube, um tal “reizinho do parque” conhecido como Rivellino.
Na década de 80 a democracia corinthiana foi sem dúvida algo jamias visto em um time de futebol, quando tive a oportunidade de entrevistar o Dr. Socrates, o líder da democracia, pude ver o quanto aquele momento é importante para a história do futebol e da política brasileira.

Hoje o Corinthians é um dos maiores clubes do Brasil, uma estrofe do hino mostra a verdade...”És do Brasil, o clube mais brasileiro”. As festividade são mais do que merecidas, parabéns pra esse bando de loucos que amam primeiro o Corinthians e depois o futebol.

3 de agosto de 2010

Brava gente brasileira


Uma boa pedida para quem gosta de história é se aventurar por entre as lembranças e objetos do Museu do Expedicionário.

Criado em 1946 como Casa do Expedicionário, a instituição objetivava servir os ex-combatentes paranaenses. Hoje, é um dos mais completos museus dedicados à história da segunda Guerra Mundial no Brasil. O acervo conta com material bélico, documentos, jornais, fotografias, mapas e ilustrações.

O museu conta ainda com uma biblioteca com grande quantidade de livros, documentos e revistas para consulta e pesquisa sobre a Segunda Guerra, com ênfase na participação brasileira no conflito.

A Praça do Expedicionário é mais conhecida como a Praça do Avião, por causa do caça Thunderbolt, exposto na frente do museu. O caça é uma relíquia para o povo curitibano. No Brasil, existem somente três iguais ao da Praça do Expedicionário.

Além do avião, o visitante encontra um carro de combate, uma lápide com os nomes dos pracinhas mortos no conflito e uma peça de artilharia que o esquadrão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) apreendeu do exército alemão.

A FEB enviou para a Segunda Guerra Mundial um total de 23.334 homens para lutar ao lado dos aliados na Itália. O grupo de combatentes brasileiros era constituído inicialmente de uma divisão de infantaria, que acabou abrangendo todas as forças militares brasileiras que lutaram no conflito.

No museu, o visitante poderá viajar através do tempo e se imaginar dentro de um daqueles filmes de Hollywood que tratam do segundo maior conflito da Terra. Apesar de ser um museu dedicado à memória dos brasileiros que lutaram bravamente nas montanhas italianas, o também conta a história da Segunda Guerra de maneira geral.

23 de julho de 2010

Relatos de um repórter infiltrado

Era exatamente 19:30 do dia 21 de julho quando coloquei meus pés no gramado do estádio do Atlético PR, o que seria mais um jogo do campeonato brasileiro, o primeiro jogo do brasileirão que eu iria “trabalhar” como repórter, acabou sendo o decisivo para eu saber se isso é realmente o que quero na minha profissão.
Em meio a outros profissionais de imprensa fico solitário, dessa vez fui sozinho, não tinha os amigos Beto e Miguel juntos comigo... fiquei solitário até a abertura dos portões para o público. Foi aí que começou um sentimento diferente, na arquibancada, na torcida do Santos vejo meus pais e meu irmão... é a primeira vez que vou em um jogo do Santos e não vou assistir ao lado do meu velho. Aceno pra eles de dentro do campo, vejo no sorriso da minha mãe a alegria de ver seu filho realizar um sonho.
Fui até a torcida do Santos e conversei brevemente com minha mãe, depois me debrucei nas polacas de publicidade e fiquei observando estarrecido o que estava acontecendo, eu não acreditava que estava dentro do campo, que estava a passos dos jogadores do meu time de coração, a ficha ainda não tinha caído.
Nisso entra em campo os goleiros do Santos para o aquecimento, antes disso já havia conversado com o Jamelli um dos diretores da equipe alvinegra, mesmo estando longe do meu pai o contado não foi interrompido, existe o celular e quando durante o aquecimento o goleiro Rafael titular do peixe tomou um “peru” meu celular tocou e meu pai foi direto “manda esse bosta aquecer direito”, depois do segundo frango no aquecimento foi a vez de falar “Hoje estamos ferrado”! E não é que meu pai tinha razão!
Já era 21:45, eu já tinha ligado minha máquina fotográfica para dar uma de fã e tirar fotos da equipe do Santos... foi aí que a ficha caiu. Eu ia cobrir o jogo do meu time!
Robinho entra na frente e vai cumprimentar a torcida, eu que não sou bobo corri para fotografar o escrete santista, foi um erro lamentável! Na volta levei cusparadas (nenhuma me atingiu, por sorte) e xingamentos que não cabe falar aqui! Mas assumo que achei isso muito legal!
Saio do campo pois ia ver o jogo dos camarotes... no meio da torcida do atlético, e logo a 1 minuto de partida... Gol do furacão, depois disso o jogo foi acirrado, o Santos não parecia o Santos que encantou o mundo antes da Copa, desfalcado do Ganso perdeu charme no meio campo, e André no banco... deu uma vontade de gritar – Porra Dorival tu é um burro! Mas isso era o de menos vontade mesmo foi mandar o Gaciba lá pra onde Judas perdeu a meia, e gritar pro lateral do Santos o Maranhão que ele é uma merda! Ruim pra cacete!
Mas o pior momento foi quando o Robinho carregou a bola e tocou no meio para o Neymar, Neymar driblou um, dois e chutou pro gol... a bola trisca a trave e sai a torcida do Santso grita Uhhh... e eu no camarote também... pra delírio e fúria da diretoria atleticana que estava nop camarote ao lado... nisso o segurança bate com a mão nas minhas costas... e fala: “O nosso time não é o mesmo... eu também sou santista”, aí me matei de rir!
Foi difícil, no segundo tempo o que meu pai falou aconteceu... frango do goleiro do Santos... com 2 gols contra a vaca já tinha ido pro brejo, mas eu continuava impaciente... minhas pernas balançavam direto, eu roia as unhas, mordia os lábios, estava muito nervoso. Nessa altura já nem lembrava que estava no estádio como imprensa!
Faltando 15 minutos pro termino do jogo eu desci dos camarotes e acompanhei o final da partida dentro do campo, ao meu lado estava o jogador do peixe Zezinho que tinha sido substituído, começamos a conversar e falar sobre o jogo.
O juiz apitou o final e eu pensei agora é a hora de entrevistar o Robinho, no intervalo ele disse que daria entrevistas só no final do jogo, ele passa e eu grudo nele e abrançando ele começamos a conversar... É meio marrento mas gente boa o Robinho! Mais genti boa que ele é o Neymar que vinha de cabeça baixa quando falei “Valeu Ney o importante é a Copa do Brasil”, ele veio em minha direção e meu deu um abraço. Depois disso esqueci que era “repórter” aliás em nenhum momento deixei de ser torcedor, e comecei a dar apoio a todos os jogadores, falava valeu, vamo nessa, ergua a cabeça. Nisso a ficha caiu pela segunda vez, eu tava fazendo o que nunca tinha feito antes apoiar meu time na derrota, fiz e sei que os jogadores estavam escutando, pois com todos que falei me deram a mão e me cumprimentaram!
Qual a sensação de “cobrir” o jogo do seu time de coração? A sensação é um misto de emoção, alegria, raiva e tristeza... alegria por estar ao lado dos jogadores que do time que você torce, alegria por poder falar com eles, raiva por não poder fazer o mais legal de uma partida de futebol, xingar o árbitro, os jogadores da equipe adversária, a torcida adversária, de não poder extravasar geral! Tristeza por não estar na torcida, tristeza por não poder ser torcedor, por mais que fiquei nervoso e soltei um Uhhh, mantive a conduta jornalística a não ser quando pedi pra meio time do Santos uma camisa!
E a imagem que mais me marcou na partida, não foi o abraço que dei no Neymar, muito menso a conversa com Robinho, mas sim no começo do jogo, quando duas crianças que haviam entrado juntamente com os jogadores do furacão saírem correndo e uma abraçar o Robinho e outra o Neymar, foi algo lindo, sinal que no futuro podemos encontrar paz entre as torcidas e que o futebol possa voltar a ser civilizado e que todos possam assistir os jogos misturados como na copa do mundo.
E uma coisa é certa, assistir o jogo do meu time e trabalhar ao mesmo tempo, foi a melhor e pior sensação da minha vida... e que saber: Não vejo a hora do repeteco!

16 de junho de 2010

Um jovem sexagenário



Essa semana um palco esportivo brasileiro completou 60 anos. Poucos se referem a ele pelo verdadeiro nome, salvo o eterno cronista Nelson Rodrigues e suas narinas de cadáver. A verdade é que o nome não oficial é o mais lembrado. Um vocábulo do idioma tupi-guarani, nome de um pássaro alaranjado e rabugento que, em vez de cantar melodiosamente, prefere imitar o som de um chocalho... Maracanã, “Maraca” para os íntimos!
O gigante de concreto foi construído especialmente para a Copa do Mundo de 1950, o primeiro jogo oficial foi na Copa, vitória brasileira em cima do México. A inauguração ocorreu em 16 de junho de 1950 no amistoso entre sel. Paulista contra Sel. Carioca, a vitória foi dos paulista, mas o meio-campista Didi da equipe carioca foi o primeiro a balançar o barbante do estádio.
A construção durou apenas três meses e foi muito contestada por Carlos Lacerda que na época era inimigo político do prefeito da cidade. Mas a construção era apoiada pelo jornalista Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues. Em homenagem ao seu apoio e seu amor por esportes, Mario foi homenageado tendo seu nome como o oficial do Estádio.
O nosso querido Maracanã não recebe apenas partidas de futebol, em 1983 as seleções de Brasil e União Soviética disputaram uma partida de vôlei no estádio para cerca de 95 mil pessoas, maior público já registrado em uma partida de voleibol, só que não era a primeira vez que o Maracaña era usado para outros esportes, em 1952 a equipe norte-americana de basquete Harlem Globetrotters já havia se apresentado lá.
Além disso, o “Maraca” já viveu momentos inesquecíveis como a abertura e encerramento dos jogos Pan-Americanos de 2007 e, em 2016 vai entrar no hall dos estádios que receberam abertura de Olimpíadas e final de Copa do Mundo, se igualando aos estádios olímpicos de Munique e Roma.
Só que os momentos memoráveis não são feitos só de alegrias, a maior decepção futebolística do país passa por ali, “Só três pessoas calaram o Maracanã com mais de 200 mil pessoas. O Papa João Paulo II, o Frank Sinatra e eu” afirmou o carrasco brasileiro em 1950 Alcides Gigghia. O maracanazo como ficou conhecido aquele 16 de julho de 1950 é a página mais triste do vovó Maracaña.
Mais deixando o tom de tristeza de lado, o estádio já viu dois times brasileiros se sagrarem campeões do mundo, Santos em 1963 contra o Milan e Corinthians em 2001 contra o Vasco. O “Maraca” ainda teve a honra de receber o milésimo gol do Rei, viu Garrincha e suas jogadas que entortavam até o pescoço dos espectadores, e teve suas redes balançadas por exatas 333 vezes com gols do Zico o maior artilheiro do estádio.
Eu como todo menino que já sonhou em jogar futebol, já me imaginei marcando um gol na final da Copa do Mundo no Maracanã. Como não deu, fica o consolo expressado pelo grito das torcidas: O Maraca é nosso!

11 de junho de 2010

Pelé e Mané... Kaká e Robinho...

O que Garrincha, Pelé, Kaká e Robinho possuem em comum? Não são os respectivos números da camisa amarelinha... 10 e 11. O rei e o Anjo das pernas tortas nunca perderam uma partida jogando juntos pelo escrete canarinho. Kaká e Robinho também não – vale frisar que isso é na “Era Dunga”.
A dupla que conquistou os mundiais de 58 e 62, jogou 40 partidas pela seleção, obtendo trinta e cinco vitorias e cinco empates. A dupla do século 21, sob a batuta do técnico Dunga, jogou trinta e duas vezes, com 28 vitórias e quatro empates. O retrospecto das duplas é quase igual, tirando o fato dos títulos mundiais de Mané e Pelé.
Nessa Copa, Robinho e Kaká podem se consagrar como astros eternos do futebol brasileiro e ser mais uma dupla histórica de títulos mundiais, como: Bebeto e Romário em 94; Pelé e Jairzinho em 70 ; Ronaldo e Rivaldo em 2002.
Mas o fato do Kaká não estar 100% preocupa o povo brasileiro, no caso (torço para que não aconteça) do astro de Real Madrid não conseguir jogar a Copa inteira, Robinho estaria preparado para ser o que Garrincha foi em 1962 quando Pelé se machucou? Eu acho que sim, Robinho vem voando e sendo decisivo na seleção, assim como Mané, faz arte com a bola nos pés, deixando a zaga adversária preocupada e abrindo espaços para os companheiros.
Como não vai acontecer do Kaká ficar sem condições de jogar, a torcida vai para que os deuses da Copa estejam do lado verde-amarelo - não seja somente o verde-amarelo dos sul-africanos - ajudando a seleção brasileira a consagrar mais uma dupla infernal, inesquecível, de outro planeta.
Espero que Kaká, o camisa 10 da seleção de 2010 seja o Pelé da Copa de 70, e Robinho que veste a camisa 11 seja igual nosso anjo das pernas tortas o 11 em 1958. Que Kaká encante o público com seu futebol clássico e elegante, que Robinho arrase “Joãos ninguéns” pelo mundial.
Ao escrever imaginei uma situação, imagina se tivéssemos Garrincha caindo em uma ponta, Robinho na outra, Kaká armando pelo meio e Pelé fazendo o que melhor sabia fazer? Claro esse esquadrão de ataque só pode ser formado no vídeo-game. Kaká e Robinho não chagam aos pés de Pelé e Garrincha, mas são os craques da nossa seleção... agora cai entre nós, já pensou se o ataque do video-game fosse de verdade?! Não custa sonhar e torcer para que a dupla desse ano chegue perto do Rei Pelé e do Anjo Mané.

Vai começar o maior espetáculo da terra!

Já se passaram 1.431 dias, cerca de 34.344 horas, desde o dia nove de julho de 2006, data da final da última copa do mundo, que foi disputada entre Itália e França; e hoje, onze de junho de 2010, a bola volta a rolar em um mundial. O jogo entre África do Sul e México é aguardado com muita expectativa, principalmente por todo o continente africano, que tem a honra de receber o maior evento futebolístico do mundo e, uma honra maior ainda por ser sede no ano que a competição idealizada por Jules Rimet completa 80 anos.
Antes mesmo da competição começar, polêmicas já foram criadas. A bola Jabulani vem recebendo criticas dos jogadores, que a chamam de “patricinha” e “jabumonstro”, mas a verdade é que a única coisa que nunca mudou na história do futebol é a forma da bola. Ela continua redonda.
Detalhes à parte, a festa está pronta para acontecer. Só um quesito faz o mundial da África perder parte do charme: o número de craques dentro de campo, que não vai ser tão grande como em outros mundiais, afinal de contas, Beckham, Ballack, Ronaldinho Gaúcho e Benzema não vão desfilar seus talentos no mundial. Uns por lesão, outros por opção do treinador. Independente disso, a elegância vai estar presente nos pés de Kaká, Xavi e Messi.
O maior espetáculo da terra começa, e junto com ele vem as mesmas perguntas de todos os mundiais: Quem vai ser o artilheiro? Qual a zebra desse ano? Quando que a Argentina vai cair fora?
No mundial da África, o primeiro a quebrar um recorde vai ser o técnico dos Bafana Bafana, Carlos Alberto Parreira. Ele treina a quinta seleção diferente em mundiais, esse ano. Outro recorde que pode ser quebrado em campos africanos, é o de maior artilheiro da história das copas. O posto atualmente é do Ronaldo fenômeno, com quinze tentos em quatro mundiais, porém o alemão Miroslav Klose, com dez gols, pode tomar o título de Ronaldo, caso balance seis vezes as redes adversárias.
Outra pergunta intrigante é se as maldições serão quebradas no mundial desse ano. Maldições como aquela, que diz que o melhor jogador do mundo nunca sai campeão da Copa, assim como aconteceu com Baggio em 1994, Ronaldo em 1998, Figo em 2002 e Ronaldinho Gaúcho em 2006. A torcida brasileira espera que essa maldição continue, pois assim a Argentina, que conta com Messi - o melhor jogador do mundo na atualidade - não irá tão longe. Por outro lado, a nação canarinho espera que a maldição que segue o campeão da Copa das Confederações seja quebrada, pois o mesmo País nunca ganhou o mundial seguinte. Já que o Brasil ganhou no ano passado, a reza é brava para que essa maldição seja quebrada.
A bola começa a rolar hoje, às 11:00 horas, e torcemos para que a seleção canarinho voe em campos africanos, pois somos 190 milhões unidos em um só coração torcendo pelo hexa!

8 de junho de 2010

Dr. Na bola e simpatia

Matéria de: Danilo Georgete
Humberto Frasson







O Dr. Socrates, capitão da seleção brasileira na Copa de 82, um dos líderes da Democracia corinthiana, eleito pela FIFA um dos 125 melhores jogadores da história do futebol ainda vivos. Concedeu essa entrevista, onde falou sobre diversos assuntos, entre eles Corinthians e seleção brasileira.

Como se sente tendo feito parte daquela seleção da copa de 1982?R: Era um grupo fantástico, mas isso não tem muita importância não. O importante é o que você é, e não o que você faz ou participou.

O Dr. Vê alguma semelhança entre a seleção de 1982 e o movimento das diretas já?
R: Ambos uniram o povo brasileiro, só que na copa foi a arte, o futebol bonito que uniu o povo. Nas diretas já o povo se uniu em busca de seus direitos. A seleção era uma expressão artística que também faz parte da nossa cultura, já as diretas foi um movimento político, a única semelhança entre as duas é mostrar o quanto o povo brasileiro se une. Apesar de hoje em dia o brasileiro só se unir a cada quatro anos no mês da Copa.

Como fica o coração perto da Copa do Mundo?R: Torcendo pelo Brasil. Mas como hoje eu penso em futebol, escrevo sobre futebol, não posso me dar ao luxo de ser fanático. Quem tem visão crítica não pode ter visão apaixonada, tem que ser torcedor uma vez ou outra, apesar de querer ver o Brasil campeão sempre.

Aquele pênalti desperdiçado nas quartas de final da copa de 86 contra a França, foi um dos piores momentos da sua carreira?R: Nada disso! O duro foi perder a mulher que eu amava(risos). Pênalti todo mundo perde, é uma questão de trabalho, isso não vale nada. Entenda o seguinte, é muito mais importante uma lágrima do que um saco de dinheiro, é muito mais importante um carinho, um abraço, do que um gol na Copa do Mundo. É muito mais importante um amor, do que ser campeão do mundo.

A Democracia Corinthiana foi o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro, como esse fato afetou os jogadores do Clube a ponto de uma melhora dentro dos gramados? R: A Democracia corinthiana colocou uma postura educativa no clube, todos tinham o mesmo direito; do roupeiro ao jogador de maior salário, o valor dos votos era igual. Tínhamos uma postura igual a que todo o povo brasileiro queria, de igualdade. E outra, não mudou os jogadores, mudou os dirigentes, isso proporciona uma melhhora tremenda dentro de campo, começamos a jogar livres, sem pressão, tínhamos poder de decisão, isso ajuda o jogador.

O Dr. Acha que hoje o Brasil já é por completo um país democrático?R: Ainda não. Hoje só temos direito a voto, precisamos ter uma democracia social e econômica também, e estamos muito distante disso.
Hoje em dia tem algum jogador que te desperta o interesse de ver jogar?
R: Existe muitos jogadores bons, mas o Paulo Henrique Ganso é um jogador que se diferencia dos outros. É inteligente, enxerga bem os espaços no campo, é bonito de se ver jogar.

Hoje é difícil a torcida criar uma identidade com os jogadores, a culpa é do futebol comercial que existe?R: Hoje o jogador fica muito pouco tempo no clube, não dá pra criar uma paixão, amor, se você fica um dia na casa de alguém, tem que ficar anos. Hoje ninguém para em lugar nenhum é uma rotatividade muito grande, não dá pra criar um sentimento de quem fica 10 ou 15 anos como os jogadores ficavam no passado. A forma de relação clube e jogador atualmente é diferente, e isso tem que ser respeitado.

Falta personalidade nos jogadores atualmente? Já que muitos são manipulados por seus empresários.R: Não é falta de personalidade, é falta de educação. Tem é que dar educação pra esse povo, se não vai ficar por isso mesmo, vão ser manipulados pro resto da vida , e não só por empresários, mas por técnicos, dirigentes e até mesmo os filhos. Às vezes o filho de 3 anos é mais inteligente do que o cara de 30 que vai jogar no seu time, e isso ta claro, tem que educar esse povo, e não são só os jogadores, todos os brasileiros tem que ser educados. E a obrigação é do Estado.

O Dr jogou no Corinthians, Botafogo de ribeirão Preto , Fiorentina, Flamengo e Santos. Qual foi sua maior paixão no futebol?R: O Botafogo foi o clube que comecei, é um carinho especial, é como sua primeira namorada. O Corinthians foi o clube me deu visibilidade, foi aonde cheguei na seleção, foi minha primeira esposa, aquela que deixa marcas profundas no coração. A Fiorentina foi o time que me acolheu na Europa. O Flamengo é o Flamengo, qual jogador não sonha poder vestir a camisa dos clubes com maiores torcidas do Brasil?
Eu vesti as duas. O Santos, era o time que torcia na infância, então teve um sentimento especial. Mas a minha marca é Corinthiana, não que os outros tenham sido piores. Eu me apaixonei por todos.

Como foi conciliar o futebol com o curso de medicina?R: Foi difícil, mas dava mais importância a faculdade, o futebol foi um acidente de percurso na minha vida,um bom acidente por sinal. Só me dediquei mesmo ao futebol depois que concluí a faculdade, não que desprezava os treinamentos, mas sim a importância que eu dava foi maior.

25 de maio de 2010

O jogo arte x o pragmático

Depois de ler o texto opinativo de Humberto Frasson, que fazia uma pequena analogia sobre o jogo entre Santos e Grêmio pela Copa do Brasil, eu fiquei pensando: Será que existe arte e pragmatismo em outros esportes? Mas o que seria "pragmático"? Bom, não é futebol do grêmio. Esse é aguerrido. É diferente.
Pragmático é aquele time que não encanta, e muitas vezes na história do futebol vimos equipes assim serem campeãs. Um exemplo clássico é a Alemanha da Copa de '54, que fez o futebol pragmático ganhar dos "Mágicos Magiares", como era conhecida a famosa seleção húngara de Puskas e companhia.
No Basquete já vimos equipes darem show também. O que falar do “Dream Team” dos Estados Unidos nas olimpíadas de Barcelona (92)? Sim, eu sei que é covardia falar desse time, que é o maior de todos no Basquete, mas ele jogava bonito, dava espetáculo. Assim como a seleção brasileira de '70 (embora eu prefira a de '58 - o que é assunto para outra coluna).
E falando em seleção, a de '82, comandada pelo “mestre” Telê Santana, é a essência do futebol-arte. É uma poesia tão bela quanto às de Vinicius de Moraes. Mas aquele escrete não levou a Copa, só mais um dos pecados do certame da FIFA, assim como foi com o carrossel holandês no mundial de '78.
O "jogo arte" muitas vezes não vence, e as hilárias partidas de tênis do “Fininho” (Fernando Meligenni) só comprovam isso. O argentino erradicado no Brasil, que defendeu as cores verde e amarelo por toda a carreira, chegou a uma semifinal de Rolland Garros e, enquanto dava show, um garoto "manézinho da ilha" dava show na outra chave. Agora, imaginem o que seria da Phillip Chatrier (nome da quadra principal de Rolland Garros), se Guga e Melligeni tivessem disputado a final. Fininho ficou de fora, mas Guga levou para Floripa o primeiro dos três títulos do Grand Slam.
E o pragmático Michael Schumacer, heptacampeão mundial de fórmula 1? É melhor do que Senna, Mansell e Prost? Os três juntos somam um título a mais que Schumi, e davam espetáculo na fórmula 1. Não que Schumacer também não desse ( pois hoje não passa de um figurante dentro da F-1), mas a fama de Dick Vigarista não deixou ele ter o encanto do trio.
A maior incógnita dessa disputa épica entre "jogar o caviar" e "jogar o arroz e feijão" (sem menosprezar o prato preferido do brasileiro, é claro), é saber o que o público mais gosta. Esse ano a final da NBA provavelmente será entre o "Basquete de resultado" do Boston Celtics, contra a estupenda equipe de Kobe Bryant – O Lakers. Os americanos - como os brasileiros - gostam de um jogo bonito.
Hoje, o maior equilíbrio que encontro entre jogo arte e jogo feio, é na equipe da Inter de Milão (campeã de tudo na Europa). Quando precisou dar chutão contra o Barcelona, o fez; e na final da Champions League, jogou feio e bonito ao mesmo tempo.
Arte e pragmatismo andam lado a lado no mundo do esporte e, inevitavelmente, sempre ficam frente a frente.

21 de maio de 2010

Os primeiros passos antes da Copa


A última sexta-feira foi diferente para o povo curitibano, a chegada da seleção brasileira mudou a rotina da capital. Em todos os lugares só se ouve uma assunto: “Pô, será que vamos conseguir ver os jogadores?”.
Na chegada no aeroporto Afonso Pena, os jogadores seguiram da pista para o ônibus, decepcionando cerca de 200 torcedores que se encontravam no saguão do aeroporto. Quando o veículo que levava os jogadores se aproximou do Ct do furacão o povo ficou animado, pediam desesperadamente para que os atletas abrissem o vidro. Todo esforço do público foi em vão, a impressão que deu é que os papéis se inverteram, o povo curitibano tachado de frio foi super caloroso, enquanto a seleção foi extremamente gelada.
Enquanto os amantes da seleção ainda se aglomeravam na entrada do Ct do Caju os jogadores faziam exames físicos. Os treinos aqui em Curitiba serão somente físicos, e os jogadores só devem ir a campo no domingo.
Muitos imaginam o que deve estar acontecendo dentro da concentração, eu tive o privilégio de saber, como podem ver nas fotos exclusivas (pelo menos por enquanto) os jogadores estão trabalhando firme a parte física.
O clima descontraído mostra a união do grupo convocado pelo técnico Dunga, agora é ficar na torcida para que Curitiba possa ter seu pedacinho na história de um título mundial brasileiro... E que venha o Hexa!

5 de maio de 2010

A voz do povo é a voz de Deus? Pro Dunga não!


A cada quatro anos, às vésperas de sair a lista dos selecionáveis brasileiros para a Copa, a história se repete, só os personagens mudam.
Perto da Copa de 70 o Presidente Médici “pedia” o atacante Dadá do Atlético-MG na seleção, o técnico João Saldanha rebateu o pedido e exclamou: “O Presidente escala o ministério e eu a seleção!”. Foi a gota d´água para um técnico que havia chamado o “Rei” de cego, em plena ditadura o comunista Saldanha caiu e entrou em seu lugar Zagallo que sem remediar levou Dadá para a Copa do México.
No último mundial conquistado pelo Brasil, houve um grande apelo para que o baixinho Romário fizesse parte da ‘família Scolari’, mas o gaúcho Felipão não se rendeu ao povo e deixou o herói do Tetra fora do Penta. Hoje perto da convocação do técnico Dunga, o povo clama pelos novos meninos do Santos no grupo canarinho.
Outdors, Músicas e até no carro no carro do piloto Giuliano Losaco da Stock Car aparece o pedido: “Dunga convoca o Neymar!”. A nova jóia do futebol brasileiro esta voando, jogando muito mais do que pré-convocados como o ‘Imperador ‘ Adriano. Tudo bem que o garoto não tem experiência , se joga demasiadamente em campo, mas quando pega na bola e parte pra cima dos zagueiros nos remete ao velho esporte bretão, alegre e empolgante.
Já o pedido para o Ganso estar na seleção é mais humilde, mas na minha opinião ele é que mais merece vestir a amarelinha na África do Sul. O Paulo Henrique Ganso é um camisa 10 à moda antiga, clássico e inteligente, que aos 20 anos de idade é o cérebro da equipe mais badalada no momento no futebol brasileiro, além de não sentir o peso de vestir a famosa 10 que já foi de Pelé.
Bravo e turrão, Dunga esta cada vez mais parecido com o Zangado, dificilmente o capitão de 94 vai se render aos encantos do futebol-arte dos jovens. Os meninos (Ganso e Neymar), podem entrar na galeria de jogadores do povo que não foram para a equipe que na tese é pro povo, assim como aconteceu com Falcão(78) e Rivaldo (94).
Deixar Ganso e Neymar fora da Copa é um pecado; Mas hoje na seleção a voz do povo não vale nada e a do Dunga é lei!

4 de maio de 2010

O hippie que virou pop star


Ao chegar no camarim do grupo Jota Quest, encontro o vocalista Rogério Flausino posando para fotos publicitárias, fico no canto e após a sessão de fotos ele senta ao meu lado para começarmos a entrevista. Só que a primeira pergunta foi feita por ele, “Tá nervoso?(risos)” e continua... “Eu sempre fico nervoso, seja antes de show, ou antes de alguma apresentação na TV, radio ou durante uma premiação, é por isso que a gente bebe, acaba relaxando”.
Sempre com um sorriso no rosto Flausino bate um papo descontraído, e acabo esquecendo que estou fazendo uma entrevista. Ao lado da gente se encontram os outros integrantes do grupo; Pj, Marco Tulio, Paulinho Fonseca e Marcio Buzellin.
A vida do vocalista como ele próprio define é um sonho de criança que virou realidade, mas antes de ser integrante de um grupo famoso Rogério ralou muito, trabalhou boa parte da vida como analista de sistemas antes de se dedicar a música. Sua primeira banda foi “Contatos imediados” e tocava em bailinhos na cidade natal do artista, Alfenas.
O vocalista é sempre a figura mais lembrada de um banda, mas Rogério foi o último a entrar no grupo. Após catorze tentativas, entre elas mulheres no estilo Janis Joplin, Negrões com vozes firmes no estilo soul funk, foi o hiponga cantor de regae que teve mais afinidade com os outros integrantes, e o fato do Rogério ter 200 doláres para gravar uma fita demo ajudou.
“Eu tava saindo de um crise hiponga, por que todo mundo passa por uma crise dessas, usar sapatinho de camurça, calça de bali, cabelo raspado, barbixinha e colarzinho paz e amor, tipo fim de carreira”(risos). Rogério que tinha uma ligação zero com a black music, mas muito ligado em rock nacional, a identificação com as idéias do Flausino e uma afinidade pessoal ajudaram a alavancar a carreira da banda.
O grupo estourou com um cd totalmente dedicado ao Black Music, mas foi em 1998 que Rogério se destacou no Brasil, após o lançamento do clássico álbum “De volta ao planeta” onde o grupo inovou e gravou uma música do Rogério em parceria com seu irmão Wilson Sideral, uma balada de violão simplesmente fácil.
Rogério define que cantar no Jota Quest é trabalho e ao mesmo tempo diversão, “quando a diversão sair e ficar só o trabalho não vai dar mais nada certo”, concluí o vocalista. Hoje com 38 anos, casado e pai, Rogério sofre com a perda de audição do ouvido direito, “Já perdi cerca de 25% a 35% da audição do ouvido direito, é justamente no que uso o earphone, essa perda é irreversível, não volta.” Devido a esse problema de saúde o grupo teve que se adequar ao fato de fazer menos barulho, o que é quase inevitável quando se trata de uma banda de pop rock.
Um dos maiores petis do vocalista com o grupo foi quando o som estava muito alto e prejudicando sua audição, “Eu tava estourado já, perdi a cabeça larguei o microfone e fui desligar o amplificador, pô já imaginou ficar surdo? Não dá!”
Após o lançamento do cd “De volta ao planeta” o grupo estourou de vez no cenário nacional, e Flausino descreve esse como um dos piores e melhores momentos da história da banda, “O dinheiro tava pingando na conta, já não dava pra andar na rua, os programas de TV nos convidando a todo momento, e nós queríamos estar em todas...”. É nessa época que as músicas começaram a tocar nas rádios populares, junto com isso tudo veio uma superexposição. “Administrar a vida pessoal junto com o momento do grupo foi a pior parte, a namorada né?... administrar dinheiro, que eu nunca tinha tido.”
Quando o questionou sobre a tal da fama ele responde: “Ah, a tal da fama... ela te traz um monte de coisa boa, mas também traz um monte de coisa que não serve pra nada. Mas é o tal do ‘ver pra crêr’.”
Depois da turbulência de um disco que mudou a história do grupo veio o momento de fazer um novo cd, que em vez de ser feito com calma foi produzido em apenas 4 meses. Na época do lançamento Rogério descreve que foi o momento que ele foi mais criticado, pelas letras do novo cd e pela fama que os críticos falavam que havia subido demais a cabeça dele e do grupo. “Foi um momento que eu não sabia de onde vinham as pedras, o nosso sucesso foi muito rápido aquilo parecia que era um complô pra me derrubar e assim derrubar o Jota”, os releases da época falavam muito dos supercontratos comercias do Rogério, das ruins letras, da superturnê que o grupo iria fazer, e pôr fim os tratavam ironicamente como a superbanda. “Desde então venho tentando mostrar que eu sei que vacilei, que o sucesso realmente subiu minha cabeça e a do grupo, mas que a gente é bom... que a gente é músico mesmo, que não somos um fake.”
Hoje em um momento menos underground Rogério acha que já mostrou para todos que o Jota Quest é realmente uma banda sem maquiagem, o vocalista e compositor que gosta mais das músicas “lados B” terminou exclamando que mostrou que apesar de tudo ele e os outros integrantes do grupo são gente, como todo mundo.
Rogério Flausino é muito carismático, é aquele cara que chega no lugar e logo você sente vontade de cumprimentar, por ser vocalista e ser a pessoa mais assediada do grupo a responsabilidade dele é maior, e consegue fazer o seu papel como ninguém, como os colegas do grupo falam, Rogério é ansioso e sempre pensa na banda. Ele é de uma família altamente musical, seus irmão Sideral e Landau sempre foram um espelho para “Rogerinho”.
Antes de subir ao palco para o show, Rogério olha pra mim e com um sorriso de um garoto que vai tocar pela primeira vez com a sua banda fala: “Será que todo dia vai ser sempre assim?”...

16 de março de 2010

A criação do estereótipo do país do futebol

Qual é um dos primeiros presentes de um menino? Uma Bola. Mas não uma qualquer, uma de futebol!
Será que quando Charles Miller desembarcou no porto de Santos com uma bola de “football” em cada mão, imaginou que estaria marcando época e criando uma identidade nacional? Querendo ou não, transformou o Brasil no país da bola.
Mas é só por isso que temos essa identidade com o futebol? É por causa do Pelé, Garrincha, Ronaldo, Zico...? Os motivos são simples, pode ser resumido em uma frase: Somos PENTA! Mas temos os melhores jogadores do mundo também, e caí entre nós os piores dirigentes!
Os chineses começaram a mania de chutar um objeto esférico, que no começo era a cabeça de um oponente de algum combate,os ingleses gostaram da mania e inventaram o football, que no Brasil, ganhou ginga, malabarismo, alegria... exuberância.
O tom de mestiçagem dado pelo negro foi fundamental para o estilo de jogo do Brasil, logo o negro que era impedido de participar dos primeiros arranca tocos. O coração da negritude brasileira pode ser encontrada na capoeira, que é uma mistura de artes marciais, música, dança e espiritualidade que veio dos escravos trazidos da África. Esta foco da capoeira esta no corpo e dentro dessa cultura, a chave para a compreensão do marcante estilo do futebol nacional.
O brasileiro é muito bom de drible e melhor ainda de finta – que é o uso do corpo sem usar a bola – é um pouco de capoeira, aí seria uma influência africana. De forma que essa mistura de branco, africano, mestiço, resultou em um verdadeiro bailarino, que é o jogador brasileiro.
Infelizmente hoje vemos um embranquecimento do futebol , o que é muito ruim, do ponto de vista do talento e da manifestação do brasileiro miscigenado.
O velho esporte bretão moldou os pensamentos, as visões e a identidade nacional.Seja pelos triunfos ou pelas atribulações o Brasil se tornou símbolo da Copa do Mundo.
Quem pensa que o futebol é só mais um dentre diversos esportes se engana completamente. O futebol brasileiro é cultura, assim como carnaval, festa junina, caipirinha e feijoada.
Aqui é um país onde a imagem de um garoto de favela que cresce e se torna campeão do mundo continua mais forte. Este é o país onde a esperança pode se transformar em realidade e o sonho de todo jovem jogador de futebol é tornar-se o próximo Pelé. Não existe Brasil sem o futebol, e o futebol não existiria sem o Brasil.

13 de março de 2010

Muita hora nessa calma

Quem nunca ouviu a expressão “devagar se vai ao longe” ?. Um ditado incisivo que condensa a sabedoria da experiência.
Mas nem sempre experiência faz a diferença quando falamos de esporte. Veja o caso do “chapeleiro maluco” vulgo Neymar, que vem aprontando todas no Paulistão 2010. A primeira vítima do garoto do Santos foi o “velho” Rogério Ceni que dançou ao som do Harmonia do Samba com a grande música “é paradinha... inha... inha”, a outra vítima do adolescente de 18 anos foi o zagueiro Chicão do Corinthians, que é somente dez anos mais velho que o jovem abusado, no clássico entre os alvinegros, Neymar aplicou um lençol mágico, encantador... Menos para Chicão que ficou bravo, o motivo da bravura do corinthiano foi pelo fato do jogo estar paralizado. Já na sua última travesura o menino extrapolou, usou como vítima o fraco Naviraiense, que foi na cidade de Santos passear e entrar para história, 10 a zero para os meninos da Vila, e Neymar fazendo um gol de placa, de classe, de Pelé!
Mas precisamos ter muita hora nessa calma, sem pressão no Dunga para levar o garoto pra Copa-10, ele não tá pronto, mas em 2014 vai brilhar muito na seleção!
E calma é o que a torcida brasileira vai precisar ter nesse e muito esse ano, já escutei muitas pessoas criticando o desempenho pífio do Bruno Senna na Fórmula 1. Aí volto pro começo, no caso do Bruno o sobrenome pesa sem ele perceber, o jovem piloto não tem culpa de ser sobrinho de um dos mais – se não o maior- gêniais da história do automobilísmo mundial. A Hispania(escuderia do Senna) teve muitas dificuldades e aprontou o carro em cima da hora do primeiro Grande Prêmio, mas é inevitável não lembrar do tio quando se vê o “novo” Senna, capacete parecido e começando no patinho feio do circo da Fórmula 1 também. Para Bruno a experiência vai ser fundamental, quanto mais kilometragem melhor.
E o fator tempo de vida é de suma importância a todos desportistas,mas muitos crescem somento no vigor físico, caso do Ronaldinho Gaúcho que nem de longe lembra aquele menino, muleque, que já aprontou travessuras vestindo a camisa do tricolor gaúcho. Será que foi pelos dribles e a humilhação que ele fez com o Dunga em um GRE-NAL que o comandante do escrete canarinho não ta nem aí pra ele? Acho que não! O Gaúcho ta no momento fora da lista dos 23 selecionáveis por que pecou quando não devia... foi um muleque como diria o Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite.
O que Ronaldinho vive hoje se assemelha ao caso vivido pelo levantador Ricardinho antes do Pan do Rio em 2007, quando a infantilidade o fez perder o único título que ainda não havia conquistado na história do voleibol. E que ficou sem conquistar!
Não devemos atropelar o tempo e dar uma de Nostradamus, é melhor vê quem consegue na hora H (seja um pênalti decisivo; um lance livre no último segundo; uma ultrapassagem arriscada; um saque com match point contra... ) quem vai saber separar os homens dos meninos.

27 de fevereiro de 2010

O Milagre de Berna: Adeus Hungria, viva a pragmática Alemanha!

Os Mágicos Magiares, ou melhor, a lendária seleção da Hungria na década de 50, ficou invicta por incrivéis 32 jogos, recorde entre seleções até hoje.
Mas tudo que é bom chega ao fim, e chegou ao fim a invencibilidade justamente na final da Copa do Mundo da Suíça em 1954, quando os Aranycsapat – Os poderosos Magiares em hungáro – perderam por 3x2 para a “nova” Alemanha.
A incrível seleção de puskas e companhia ilimitada ganhou quase tudo na década de 50: Ouro olímpico (que o Brasil ainda não tem). E conseguiu feito inimagináveis, como golear a seleção inglesa dentro do segundo mais importante templo do futebol mundial(pois o maior templo é o nosso Maracanã) Wembley, por fantásticos 6x3, e não foi só no ano da Copa de 1954 foi marcada uma revanche que nunca devia ter ocorrido, outra lavada... 7x1, dessa vez jogando na Hungria.
Os pré-candidatos ao título chegaram ao mundial emplogados com o longo tempo de invencibilidade, e as únicas seleções que podiam ofertar perigo aos atuais campeões olimpícos seriam Brasil e Uruguai que era atual campeão mundial.
Como esperado o escrete hungáro se desvincilhou sem dificuldade dos seus adversários... Inclusive derrotando a Alemanha Ocidental por meros 8 a 3 – tudo bem, os alemães se pouparam e perderam de proposito com medo de enfrentar o Brasil.
Se os alemães tinham medo do agora Brasil, que jogava sua primeira Copa de amarelo, os hungáros não tinham. E a Batalha de Berna como ficou conhecida aquela , pugna das quartas de final, foi um dos grandes jogos do mundial, num campo enlameado pela chuva a Hungriavenceu fácil o Brasil por 4 tentos à 2, num dos jogos mais vilentos da história dos mundiais. A semi-final foi contra os atuais detentores da Jules Rimet, e a Alemanha pegava as babas do outro lado da chave. Diante do Uruguai já se viu um time da Hungria beirando a morte física, e o campo pesado só dificultava ainda mais, mas no final veio outro 4 a 2, sendo que a vitoria só veio na prorrogação após a igualdade de 2 scores nos 90 minutos. Enqunato isso no St Jakob – Park na Basiléia a Alemanha brincava de jogar futebol, humilhando os anfitriões por 6 a 1.
Era 4 de Julho, o dia da seleção hungára se imortalizar, e colocar nomes como Puskas – que machucado , quase não jogou na Copa- , Hidegkuti, Kocsis entre outros. Mas para a ironia da torcida que lotou o Wankdorf Park, os novos deuses do futebol seriam frios.
Mesmo machucao Puskas foi pro jogo, e valeu a pena, logo aos 6 da primeira etapa abriu o placar para os Magiar, aos oito Czibor marcou o segundo... Pronto lá vem outra goleada! Pura ironia. Dois minutos após o segundo gol do “Time de ouro” a maré começou a virar e Marlock diminuiu para os alemães ocidentais, e Rahn aos 19 minutos deixou todos abismados empatando a partida. Nunhum jogo que a Hungria começou vencendo terminou sem a vitória, mas para tudo se tem uma primeira vez.
No segundo tempo os duros jogos da Hungria, e os tranquilos jogos da Alemanha, nas fases de quartas e semi, fizeram a diferença. A Hungria ficou irreconhecível, errando passes, tabelas, chutes... e aos seis minutos do fim o Milagre a conteceu, após um corte ruim da zaga dos Magiar, Rahn chutou firme... e ... acabou com a invencibilidadde hungára, decretando assim o primeiro mundial germânico e o bi-vice hungáro (1938-1954). Sem show a pragmática e eficiente Alemanha ficou com a Jules Rimet.
Foi a segunda final seguida que o público não acreditava no que via, depois do Maracanazo e do Milagre de Berna, favoritismo em Copa do Mundo virou apenas sinônimo de medo.

3 de fevereiro de 2010

Craques... Torcida covarde... Maracanazo...

A Tv chegava ao Brasil, Getúlio Vargas voltava ao poder... mas nada foi tão inesquecível quanto a primeira Copa do Mundo em solo brasileiro.
O símbolo do país era o gigante de concreto, batizado de Maracaña. Um vocábulo do idioma tupi-guarani, nome de um pássaro alaranjado e rabugento que, em vez de cantar melodiosamente, prefere imitar o som de um chocalho, descreve Silvio Lancellotti. O povo não sabia que aquele cenário mágico se transformaria em uma tragédia grega.
Após convincentes vitórias, o escrete canarinho chegava a última rodada do quadrangular final precisando somente do empate, fácil não? Se engana que pensa assim, o adversário da seleção era o bicampeão olímpico e campeão da primeira Copa do Mundo, o Uruguai...
Na partida de 16 de Julho o Brasil começou arrasador, torturando o constrangido time do Uruguai, afinal tínhamos o apoio da massa, e que massa... cerca de 200.000 mil pessoas, mas reza a lenda que o número era bem maior. Em meros 45 minutos o Uruguai cedeu dezenove escanteios. O barulho da torcida era escutado a vários quarteirões de distância. Logo ao 2 minutos da etapa final, Friaça escapou pela direita, em contra-ataque, e colocou o Brasil na frente, um delírio colossal Brasil a fora, estávamos conquistando o mundo.
Aí então que surgi o antagonista do espetáculo, avisaram à todos que a festa estava armada, menos para ele...Um mulato, repito um mulato, chamado Obdúlio Varela, o capitão da celeste. Dirigiu-se ao arbitro inglês num protesto ofensivo, querendo mostra calma para os companheiros, e para a torcida que o Uruguai ainda estava vivo, e muito vivo.
A resposta Uruguai veio pacientemente – e para nosso azar, foi letal! Invés do desespero, veio o brio e a aplicação. Aos 66 minutos veio o empate da celeste olímpica, empate que ainda dava ao Brasil o título, mas inexplicavelmente a seleção de Flávio Costa desmoronou. Até hoje estudiosos de psicologia de massas analisam os motivos que induziram o estádio a se calar.
Naquele então fúnebre maracaña só se escutava os berros do mulato uruguaio. E a oito minutos do fim, veio o sepultamento brasileiro, Luís Mendes locutor da partida fez nove inflexões diferentes ao narrar o gol do Uruguai, naquele momento perdíamos a Copa do Mundo dentro de casa. O silêncio foi ensurdecedor.
A torcida brasileira abandonou a seleção quando ela mais precisou, foi uma torcida covarde disse Obdulio Varela. E o então presidente da FIFA Jules Rimet concordou, ele afirmou que sentiu vergonha de entregar a Taça ao capitão do Uruguai. Rimet descreveu em seu livro sobre a Copa do Mundo que apenas apertou a mão de Vasrela e ambos não falaram nada, pois o silêncio não permitiu.
Devido ao macanzo, como os Uruguaios chamam esse jogo, ganhamos os outros cinco títulos mundiais.
O que me entristece é que jogaram por mais de meia década a culpa em cima do arqueiro negro da seleção, Barbosa, ele não teve culpa nenhuma, e o preconceito foi inaceitável, pois o time Uruguai tinha tantos negros quanto o Brasil.
Mesmo tristes com a derrota os 200.000 espectadores fizeram questão de aplaudir os bi campeões olímpicos, uma lição de humildade e fair play.
Uma das melhores gerações de craques brasileiros foram amaldiçoados pelo Maracanazo, exeto uma enciclopédia chamada Nilton Santos, que ganharia o mundial de 1958.

1 de fevereiro de 2010

३० मैओरेस जोगोस दे कोपा दो Mundo

Hoje começa minha coletânea sobre meus 30 maiores jogos de Copa do Mundo! aproveitem e se divirtam!