18 de dezembro de 2011

Faltou ousadia e alegria

Sempre defendi o Neymar como sendo um craque já. Mas não é ainda! Hoje ele mostrou que sente a pressão. Palavras maduras no fim do jogo, com olhos marejados, mas isso não apaga a falta de combatividade dele durante os 90 minutos contra o Barcelona.

Em nenhum momento hoje o Neymar foi o Neymar eleito o melhor jogado da América e do Brasileirão nesse ano. Faltou o principal lema dele: Ousadia e alegria. Sobrou para o Messi isso. Nas redes sociais os comentários infames detonam o jovem jogador, sem motivo nenhum.

Neymar é um jovem de 19 anos, que é gênio mas também pode se sentir pressionado, foi o que aconteceu hoje. A torcida do Santos depositou todas as esperanças em cima do novo “Rei” da Vila. Ser comparado com Pelé é complicado, carregar nas costas a esperança de uma torcida que desde 1963 não via seu time em uma final de mundial é duplamente complicado.

A torcida do santos sonhava com o tri mundial, o time da Vila Belmiro acabou sendo tri, triturado pelo Barcelona, o time catalão simplesmente deu uma aula de futebol, sorte do Santos que teve aula na pratica e não na teoria como os outros times que ficaram na Tv assistindo a partida.
Não importa agora ficar pensando no que poderia ter acontecido se Neymar, Ganso e companhia tivessem jogado para valer, o que temos que pensar é em fazer algo igual o Barça faz. O Barcelona revela jogadores há 30 anos, eles se preocupam faz tempo com as categorias de base, algo que o futebol brasileiro não dá a devida importância.

Na derrota aprendemos muito mais do que na vitória. Que seja feito o sacrifício hoje para que no futuro possamos colher bons frutos. Parabéns Barcelona pelo segundo título mundial, parabéns Santos por perder de cabeça erguida e reverenciar o melhor time do mundo.

9 de novembro de 2011

Neymar fica para imortalizar a 11


Dia 9 de novembro de 2011, esse dia ficará marcado na história do futebol nacional. Mais uma vez a diretoria do Santos e Neymar surpreendem o mundo e anunciam uma ampliação do contrato.

Não é de hoje que jornais do mundo inteiro especulam a jóia do Santos nos maiores clubes do mundo: Barcelona, Real Madrid. A jogada de marketing iniciada ano passado quando o Chealse tentou levar o garoto para a Inglaterra surtiu efeito. O jogador fechou vários contratos publicitários, ganhou mais um paulista, foi o nome do time na Taça Libertadores, se consolidou como maior nome da seleção na atualidade. Para coroar tudo isso, ficou entre os 23 finalista, da Bola de Ouro da FIFA, pela primeira vez um jogador de fora da Europa chega para concorrer ao prêmio de melhor jogador do mundo.

Neymar pai é essencial na carreira do filho, não se ilude com qualquer proposta, não pensa somente em dinheiro, pensa primeiro na felicidade e no bem estar do filho. Neymar Junior, ficou por que, muitos devem se perguntar. A resposta é bem simples, ele que se imortalizar na história do Santos, tem tudo para ser o melhor jogador do time após o Rei.

Se Pelé na década de ouro do Santos imortalizou a camisa 10, Neymar tem tudo para imortalizar o número 11. O fico dado por ele hoje é importante não somente para o Santos, e seus torcedores, é importante para o futebol nacional. Com os três ‘nãos’ que Neymar já deu a clubes europeus, o Brasil mostra que cada vez mais esta com um futebol forte.

Para que ir embora, jogar num campeonato onde só dois times brigam pelo título? É muito melhor ficar no Brasil onde faltando 5 rodadas para o fim temos 5 times brigando pela taça. Quer gosto melhor do que poder ser o melhor jogador de uma Copa jogando no futebol do seu próprio país? É isso que Neymar quer! Ser melhor jogador da Copa de 2014, ganhar o premio de melhor do mundo, jogando no Brasil, sem sair de Santos.

Hoje o garoto que é odiado e adorado por muitos, deu um passo importante para se tornar, quem sabe, o maior ídolo dos últimos anos do nosso futebol que anda muito empobrecido de ídolos. Que Ganso, Lucas, Damião e outras jovens estrelas sigam o mesmo passo, pois assim teremos em uns dois anos, reconhecido pelo mundo, o nosso futebol nacional como o melhor do planeta.

26 de setembro de 2011

Dossiê 2014 - Corrupção, interesses e a Copa no Brasil

Era uma segunda feira, 30 de julho de 2007. O nome que o presidente da FIFA Joseph Blatter iria tirar do envelope, todos já sabiam qual seria, mas a apreensão, o nervosismo era grande. Exclamando “Brasil!” o presidente da FIFA iniciava mais uma jornada de corrupção envolvendo uma Copa do Mundo.
Na ocasião, Luís Inácio Lula da Silva então presidente da república e Ricardo Teixeira presidente da CBF, deram garantias de que os estádios seriam construídos todos com dinheiro da iniciativa privada, mera ilusão.

Depois de toda a festa, os executivos brasileiros colocaram a mão na massa, e escolheram a dedo as 12 cidades que vão receber os jogos da Copa, incrível ou não, cidades com estádios prontos ficaram de fora, caso de Belém do Pará que tem o magnífico estádio do Mangueirão.

A partir da escolha das sub-sedes uma pergunta rondou a cabeça de grande parte da população, vários estádios seriam construídos só para a Copa, gastos exagerados para receber dois ou no máximo três jogos. Estamos criando elefantes brancos, praças esportivas que não vão ter utilidade após o mundial, como o estádio que está sendo construído em Manaus por exemplo.

Explicar o motivo de termos sido eleitos sede da Copa é fácil. Pode explicaR 2014 colocando no mesmo pacote as sedes de 2018 e 2022 que já foram escolhidas pela FIFA. Em 2018 teremos o mundial na incrível Rússia e 2022 no Catar um país com “grandes laços futebolísticos”. A justificativa da FIFA foi que assim estará popularizando o futebol. Ela que popularizar ainda mais o esporte mais popular do mundo, vai entender.

A minha explicação para nossa Copa é a seguinte, é muito mais fácil ganhar dinheiro em países emergentes, é muito mais fácil erguer super estádios em países propensos à corrupção. É muito mais fácil erguer um estádio do chão como o “Itaquerão”, do que reformar o Morumbi, afinal de contas 1,5 bi de um estádio saindo do zero em um país como o Brasil não é nada.

Se a Copa extrapolar o valor inicial como aconteceu com o PAN do Rio em 2007 o povo brasileiro vai sofre e muito, no jogos do Rio o gasto inicial seria de R$380 milhões, só que passou um pouquinho desse valor, acabou sendo gasto R$ 4,6 bilhões, 13 vezes mais do que o orçamento inicial.

O jornalista escocês Andrew Jennings é o principal inimigo dos dirigentes esportivos internacionais, segundo ele “Poucos fãs fora do Brasil não reconheceriam Teixeira, aqueles que conhecem veem um homem que enriqueceu explorando o futebol brasileiro” discorre o jornalista. O presidente da CBF, esta mal visto na Europa desde o relatório Dias de 2001, elaborado pelo Senador Álvaro Dias durante a CPI do futebol.

Tetra campeão mundial pela seleção, o hoje deputado Federal Romário,fez uma entrevista com o jornalista Andrew Jennings, afim de investigar possíveis desvios e corrupções nas obras da Copa no Brasil. Romário afirmou que após a entrevista percebeu que a Copa no Brasil não passou de um presente de Blatter para Ricardo Teixeira continuar fiel ao mandatário da FIFA.

A corja: Joseph Blatter, Ricardo Teixeira e João Havelange vai lucrar muito com a Copa 2014, isso se tivermos Copa, pois muitas sedes não estão no prazo, salvo Minas e Bahia. Nossa querida Curitiba, por exemplo, nem começou a preparar o estádio.

Definitivamente a Copa de 2014 vai seguir o slogan do governo: Brasil um país de todos!

16 de agosto de 2011

Uma seleção Utópica

Brasil, meu Brasil brasileiro, terra de craques que sambam com a bola nos pés, que gingam maliciosamente entortando os adversários, encantando o mundo com seu futebol arte, sua classe em campo.

Saudade né? Da época que víamos os jogos da seleção com alegria, vontade, com a certeza que veríamos o belo futebol e que não nos importávamos com o resultado, mas sim com o espetáculo proporcionado pelo escrete canarinho.

Naquela época, distante época, que só vejo pelos vídeos no youtube, o Brasil tinha realmente craques, suavam, davam o sangue pela seleção... igual hoje né galera? Ok brincadeira, hoje não vemos o suor dos jogadores, talvez pelas modernidades dos uniformes, feitos sobre medida para o corpo dos atletas que não os deixam transpirar, pura balela, queria ver eles jogarem com camisa de algodão e bola de couro e uma chuteira hiper pesada, além de um campo repleto de buracos parecido com os das várzeas.



Hoje, creio que nossos “queridos” atletas estão mais preocupados com em saber a quantidade de seguidores no twitter, em quantos “curtir” sua página do facebbok recebeu, mas jogar bola, vixi anda feio o negócio.

Como pode hoje não termos, um nome certo no ataque da seleça, como pode a 10 estar sem dono? Bom nós temos um futuro dono da 10 de Pelé, o Ganso, ouviu Mano?! Temos Neymar, Robinho, Pato, Ronaldinho, Kaká. Temos o Hernanes, estão entendendo Mano’s?

Hoje me pergunto, como pode um técnico entender menos do que nós meros torcedores? É óbvio que certos jogadores estão na seleção por interesse, nada contra, mas o Ralf na seleção é piada, Elias? Por favor Mano, acorde pro mundo, ligue pro Zagallo, Parreira, Felipão, Luxa, qualquer técnico, até mesmo o Roth pois ele tem uma Libertadores e você Mano, o título de mais expressão é uma Copa do Brasil.

A seleção renovada do Mano é totalmente utópica, não passa de plantel pra inglês ver, não saber usar as armas que tem em mãos. Abre os olhos é seleção, segue o lema do Muricy “ Aqui é trabalho”. Se a carruagem continuar andando dessa forma é como o pentacampeão Rivaldo falou seremos um fiasco em 2014.

Será utopia ou realidade? É a seleção canarinho renovada, no time dos micos do futebol mundial!

8 de julho de 2011

A maldição da 10 do Barça


O que Ronaldinho Gaúcho e Messi tem em comum? Não é somente o fato dos dois terem sido eleitos o melhor do mundo duas vezes pela FIFA. O brasileiro fez um baita sucesso vestindo a camisa 10 do Barcelona, o argentino herdou o número e hoje é o detentor da 10 do clube da catalunha.

Mas não é só isso que os dois tem em comum. Lembram que melhor fase da carreira do Ronaldinho Gaúcho, quando ele dava aqueles elásticos, chapéus, show no Barcelona, ele não brilhava pela nossa seleção! Pois bem, Copa do Mundo de 2006, o Gaúcho então melhor jogador do mundo vestia a sagrada camisa 10 da seleção e o que aconteceu? Vocês se lembram, não preciso tocar nem recordar o quanto foi decepcionante aquele mundial do Gaúcho.

Hoje vemos o Messi, que só não faz chover pelo Barça, e não duvidaria que se me falassem que ele fez chover durante algum jogo, parece um jogador de vídeo-game, faz coisas inacreditáveis com a bola, ágil, rápido, inteligente e com uma categoria invejável... Então, isso pelo Barça. Na seleção da Argentina não passa de um mero fiasco, ta certo que o time argentino não tem as estrelas que o Barcelona tem, mas o Messi nem de longe lembra o jogador que esta perto de ser novamente eleito o melhor do Mundo.

Na época em que o Gaúcho vestia as cores do time espanhol, a torcida brasileira cobrava dele uma partida no mesmo nível das que ele fazia pelo clube, hoje a torcida argentina faz o mesmo em relação ao Messi.

O menino considerado por muitos melhor do que “Dom Dieguito” já decepcionou no mundial da África, na Copa América desse ano ainda não mostrou ser o Messi do Barça na seleção do seu país. Hoje se me perguntassem quem é melhor, Messi ou Gaúcho, não hesitaria e responderia: Messi!

Mas se pararmos para analisar, o Gaúcho foi um jogador importantíssimo para a conquista do mundial de 2002 para o Brasil, tudo bem que ele só fez um jogo decente vestindo a amarelinha ao meu ver, aquele jogo contra a Inglaterra nas quartas da Copa daquele ano, mas o Messi até agora nem isso fez.

Será essa coincidência com o número 10 do Barça, de amaldiçoar os craques nas suas respectivas seleções mais uma história a ser contada no mundo futebolístico? Só o
futuro nos responderá... E aí depois do Messi quem vai ser o amaldiçoado da vez?

25 de maio de 2011

Uma Fábrica de craques

Final de Copa do Mundo. Em campo 22 jogadores correndo atrás de um outro grande sonho, ser campeão do mundo vestindo as cores de sua pátria. Realizar esse sonho é tão difícil quanto realizar o primeiro, ser jogador de futebol. Dizem que esta no gene do brasileiro amar o futebol, que esta no DNA dos homens (e hoje cada vez mais das meninas) terem uma paixão avassaladora por correr atrás de uma pelota.

Nove em cada dez meninos sonham em ser jogadores de futebol, desses nove, se um se tornar profissional já é lucro. Eu sonhei. Você sonhou. Como diz a música... “Quem não sonhou em ser jogador de futebol?”.

Na infância correr para a rua, tirar par ou ímpar, escolher o time, usar aquele kichute, pegar tijolos e contar os passos para montar o gol, sem árbitro, sem público, mas nesse momento a imaginação toma conta, na mente os grandes estádios, San Siro, Camp Nou, La Bombonera e o Maraca! A realidade é diferente, o jogo não é parado pelas faltas, mas sim pelos carros, que passam e que muitas vezes “destroem” os golzinhos.

Nesse ambiente é que a criança se ambienta com o esporte bretão, que se apaixona, que leva para o resto da vida como o momento mais feliz, em que pelo menos no seu pensamento, realizou o sonho de ser jogador. “A bola sempre foi meu brinquedo preferido, sonhava em ser convocado para a seleção, mas óbvio que isso nunca aconteceu” discorre Carlos Almeida, de 67 anos e que muito tempo sonhou em jogar futebol profissionalmente.

Hoje os sonhos das crianças continuam os mesmo... correr atrás da idolatria que o futebol trás. É difícil, pelo menos em Curitiba, ver as cenas da minha infância e da infância de muitas crianças de antigamente, quando jogava futebol no portão de casa, na rua. Hoje o futebol é além de tudo “Marketing” a cobrança vem desde cedo.

Era um domingo típico na capital paranaense, tempo cinza, possibilidades de chuva. O relógio marcava 8:15 da manhã. Hora de muitas crianças estarem em casa com os pais dormindo. Mas não! No vestiário do campo do clube olímpico que elas estavam, muitas nervosas, afinal de contas era clássico PARATIBA, categoria dente de leite. Mas como diz o ditado “clássico é clássico e vice-versa”.

O nervosismo era evidente, a briga pela numeração das camisas também, “Eu quero a oito, eu a dez, joga a nove” esbravejavam. Mas um menino me chama a atenção, com seu cabelo moicano como o de outros nove meninos , todos no estilo “Neymar”; Mas não era o cabelo que tinha atraído meu olhar, muito menos sua chuteira verde limão, mas sim a numeração que pediu, “Manda a 5”. Me aproximo, pergunto qual sua expectativa pro jogo, timidamente responde enquanto tenta amarrar as chuteiras: “Hoje é clássico, vamos em busca da vitoria mas vai ser difícil” explicou Leandro, que com apenas 10 anos respondeu a pergunta feito gente grande.

O jogo começa, estádio ‘lotado’, cerca de 150 pessoas. Os sentimentos são os de um jogo profissional, muitas vezes nem percebemos que se trata de uma partida sub-11. Palavreado típico dos jogos. É “filho da puta” pra lá, “ladrão” pra cá. Vai se “fuder” juiz de merda. E a bola comendo solta.




Observo os pais do menino da chuteira verde limão, a mãe tranquila, já o pai agitado, gritando, falando sobre o posicionamento do filho como se fosse o técnico. “ Bem que a gente tenta não colocar pressão, falo em casa que ele tem que vir para se divertir. Mas quando o juiz apita e a bola rola, vem esse sentimento inexplicável, é futebol ninguém quer sair perdendo” afirma Claudemir Gama antes de mandar o árbitro para aquele lugar.

O jogo estava bom, se o frio tomava conta da arquibancada, no campo a coisa tava quente. Boas jogadas, dribles e o que o povo mais gosta: gol! Quem balançou o barbante primeiro foi o Paraná Clube, com a única menina que estava entre os 22 que jogavam, bela cobrança de falta, onde a coruja faz o ninho, sem chance para o goleiro que detinha pouco mais de um metro e meio! Após o intervalo o tricolor continuava melhor, não demorou e fez outro gol! O Coxa só acordou no fim de jogo quando fez seu gol de honra.

Apita o árbitro fim de jogo e meus pensamentos começaram a fluir, será que vi naquele jogo algum futuro jogador? Pode ser que sim e pode ser que não! Afinal de contas são apenas crianças, mas que jogaram como se fossem veteranas. Ver o jogo foi como se tivesse aberto um relicário e visto minha infância toda em apenas 40 minutos.

Foquei minha imagem no menino Leandro que, triste, abraça o pai, mãe e irmão. Pergunto a ele qual o seu maior sonho e sem pestanejar responde “Ser jogador de futebol, jogar uma Copa e fazer um gol na final”.

Instantaneamente lembrei-me das palavras que o ex jogador Sócrates, capitão da seleção brasileira em Copa do Mundo, me falou quando o indaguei se perder um pênalti contra a França nas quartas de final de 1986 foi o pior momento da sua carreira, “Pênalti todo mundo perde, é uma questão de trabalho, isso não vale nada. Entenda o seguinte, é muito mais importante uma lágrima do que um saco de dinheiro, é muito mais importante um carinho, um abraço, do que um gol na Copa do Mundo. É muito mais importante um amor, do que ser campeão do mundo.” , respondeu o craque da seleção me dando uma lição de moral.

Somos o país do futebol, sem dúvida! Temos o Rei, o galinho, o velho lobo e um anjo das pernas tortas que nos abençoa onde quer que ele esteja. Brasil, o país onde o futebol encanta as multidões. São tantos craques, que modestamente podemos afirmar que somos uma fábrica, onde se lapida talentos, antes do terrão das várzeas, hoje das escolinhas de futebol. E que não raramente viram astros do dia para a noite como Neymar jogador do Santos e Lucas do São Paulo, meninos com menos de 20 anos que já deixaram para trás o estigma de promessa e são realidade.

Lapidamos o talento antes mesmo dele nascer, o primeiro presente de um menino é uma bola, o primeiro uniforme que veste é o do time de coração do pai. Se bobear a primeira palavra que exclama, é GOL! Das milhares de crianças que jogam futebol no Brasil e que sonham em disputar uma final de copa e ser campeão vestindo o manto canarinho, talvez nenhuma delas seja, olha quantos craques que não foram. Mas sonhar faz bem!

Eu sonhei, você sonhou, lembra? Se não fui, na realidade, já fui no vídeo-game; se não marquei meu gol no Maracanã, ainda sonho em marcar. “Sonhei e continuo sonhando, nunca é tarde para marcar um gol no Maraca”, meu avô me disse uma vez!
Somos um país onde a imagem de um menino que cresce e sonha em se tornar um bem sucedido jogador de futebol, continua mais presente. Somos o país com um talento impressionante para fabricar craques, agora basta esperar e ver o quão produtiva vai ser a próxima safra.

22 de maio de 2011

Pelé, Maradona... Ayrton Senna

Foram poucos dias em Buenos Aires, mas o suficiente para aprender um pouco mais com a cultura deles. Acreditem ou não, são mais apaixonados do que nós pelo futebol! Qualquer lugar que seja, loja, balada, restaurante, a pergunta mais feita pelos argentinos é: Pelé ou Maradona? Como bons brasileiros, respondemos Pelé!

O principal objetivo da viagem junto com os professores e alunos da faculdade era a visitação ao Clarín, mas para mim era conhecer a redação do Olé – maior diário esportivo da Argentina. Eis que dentro do Olé uma simples imagem me fez perceber que eles nos idolatram e sentem uma pontinha de inveja de não serem brasileiros, uma imagem da marcante vitória de Ayrton Senna no GP do Brasil de 1991, onde ficou sem a maioria das marchas do carro e ganhou de forma esplendida.

Pensei: Uma foto do Senna, um simples tricampeão mundial de Fórmula 1, na redação de um jornal argentino que tem como ídolo no automobilismo Juan Manuel Fangio, que é pentacampeão na F-1! É um orgulho imenso para um brasileiro ver aquilo, sem contar a imagem de um drible de Ronaldinho Gaúcho em cima de um jogador da Croácia. Aposto que no Brasil não vamos nunca ver uma imagem do Messi comemorando algum gol estampada na parede de um jornal.

No Brasil não vemos camisas da seleção espalhadas pelas vitrines das lojas esportivas, não estou aqui para falar que a Argentina é modelo a ser seguido, longe disso. Mas o que me impressionou foi o patriotismo deles. Quem visita o estádio do Boca Juniors, logo de cara se depara com uma estatua de Diego Armando Maradona.
Por falar em Boca Juniors, o estádio La Bombonera é coisa de outro mundo, fantástico. Passei cerca de uns cinco minutos sentado só observado a beleza e monstruosidade do lugar, ainda mais sabendo que um dia após a visita teria Boca versus River.

Andando pelo bairro de La Boca rumo a Caminito, encontro um campo de futebol, que assim como no Brasil estava cheio de crianças correndo atrás de uma bola. Vontade de entrar no meio e jogar com os ‘hermaninhos’ não faltou.

Mas o leitor nesse momento deve estar imaginando: “Poxa, o cara vai pra Argentina e volta querendo ser igual a eles!”. Pelo contrário, após a curta estadia na terra do tango, meu orgulho de ser brasileiro só aumentou. Podemos não ser tão patriotas quanto eles, mas o nosso céu tem mais estrelas, cinco ao todo, e enquanto dentro das quatro linhas eles dançam tango, nós sambamos e fazemos gingas que o mundo tem inveja. Só tenho mais certeza ainda que a rivalidade Brasil e Argentina existe em tudo quanto é disputa!

9 de maio de 2011

Éramos seis

O que Corinthians, Fluminense, Cruzeiro, Grêmio e Internacional tem em comum? Todos já foram eliminados da Taça Libertadores da América desse ano. Claro que o Corinthians nem chegou a entrar de fato na competição, sendo eliminado pelo fraco Tolima ainda na Pré-Libertadores.

Mas os outros quatro times chegaram, mesmo que alguns aos trancos e barrancos, às oitavas de final. Junto com o Santos poderíamos ter a maioria de times nas quartas do campeonato, teríamos duelos magníficos como Santos e Cruzeiro e um GRE-NAL que iria entrar para a história. Mas não, o sonho de ter cinco brasileiros entre os oito melhores da América foi por água abaixo na última quarta-feira.

Quarta-feira, dia 4 de maio de 2011, vai ficar conhecida na história do futebol brasileiro como a quarta maldita. O dia em que quatro equipes brasileiras foram eliminadas da Libertadores de uma só vez. Sorte que o Santos jogou na terça, sendo o único representante do Brasil agora na competição continental.

O mais duro é ver que as vantagens foram revertidas, tirando o Grêmio que já foi para o jogo no Chile respirando por aparelhos e que teve a má sorte de jogar sem o pilar de sustentação do time, o goleiro Victor. O Inter apagou, foi eliminado em cinco minutos, mostrando que Falcão não tem a mínima capacidade de ser técnico, quem dirá comentarista. O Cruzeiro se perdeu, entrou com um salto 15 em sete lagoas e viu seu técnico perder a cabeça e dar uma cotovelada no jogador do Once Caldas que, cai entre nós, deu um baile tático no Cruzeiro.

O Fluminense, time de guerreiros, milagres, mostrou que tudo um dia acaba. A cota de milagres do time das laranjeiras se esgotou, o então brilhante técnico que a imprensa exaltava, pecou. O Flu caiu feio frente a equipe paraguaia do Libertad. Em nenhum momento esboçou alguma reação, foi medíocre.

Agora o Santos, que se salvou da eliminação na terça, graças a uma exibição de gala do goleiro Rafael, vai precisar da sorte para passar pela equipe do Once Caldas. Ganso se machucou no último domingo, pela final do paulista, e Elano ainda está ‘bichado’. Mais do que nunca Neymar vai ter que chamar a responsa e levar o time da Vila Belmiro nas costas.

As manchetes da imprensa amanhã vão ser: “O Santos é o Brasil na Libertadores” , “O Brasil agora é Santos”. Mas pergunte para qualquer outra torcida para quem eles vão torcer, a resposta de 90% vai ser “torço para o Santos cair fora”.

Que Alexandre Dumas, o autor de Os Três Mosqueteiros, me perdoe agora, mas vou alterar sua consagrada frase. Com o Santos na Libertadores, é um por todos e todos conta um.

20 de abril de 2011

A invenção que pauta a vida


Tic-tac... Tic-tac...Tic-tac… Tic-tac…Tic-tac…Tic-tac…

É hora de acordar, de sair, de lanchar… qualquer hora é hora de olhar no relógio e ver que horas são. Seja o relógio do celular, do pulso ou do “vizinho” sentado ao seu lado no ônibus.

Nos primórdios a vida era pautada pelos “deuses” e suas estações do ano (mesmo que não existisse esse termo ainda), era o calor ou o frio que decidia os passos a serem tomados pelo Homo neanderthalensis, e nossa espécie durante milhões de anos.

Os primeiros relógios - ou horológios, em um português mais antigo - que se tem conhecimento são os ‘relógios de sol’, desde os remotos tempos os egípcios e babilônicos observaram que dependendo da posição, o Sol fomava uma sombra diferente nos objetos. Ao fazer essas observações, perceberam que, ao passar do dia, o tamanho desta sombra ficava maior ou menor. O homem primitivo primeiramente usou sua própria sombra para marcar as horas, depois descobriu que uma simples vareta fincada no chão faria o serviço, estava criado aí o pai dos relógios, o relógio de sol ou gnômon. “O relógio de sol é bem fácil de fazer, basta pegar uma vareta e colocar na grama, é muito legal acompanhar as horas pelo Sol”, afirma o astrólogo Cláudio Aramoto. Assim como este relógio primitivo, a ampulheta é um dos mais conhecidos e antigos do mundo. “Quem nunca viu um filme onde uma ampulheta determinava o tempo que o mocinho tinha para salvar a mocinha?”, discorre a estudante de Psicologia Adriana Garambelli.

Em 797, o califa de Bagdá presenteou Carlos Magno com um relógio mecânico que saia um passáro para anunciar as horas... Cuco... Cuco! Isso mostra que é provável que os asiáticos tenham inventado os primeiros relógios mecânicos. O arcebispo de Verona, chamado Pacífico , em 850 da nossa era, construiu o primeiro relógio mecânico baseado em engrenagens e pesos. “A construção do relógio mecânico é recheada de controvérsias, uns dizem que foi feito na Ásia, outros que foi um arcebispo de Verona, na Itália, mas o que consta registrado nos livros é que o primeiro relógio mecânico foi feito pelo Papa Silvestre que é considerado o inventor do relógio”, informa a historiadora Tamyres da Cunha, especialista em assuntos da antiguidade humana.

O relógio mais charmoso de todos foi sem dúvida o de bolso, sua engenhocas ajudaram e muito no desenvolvimento dos futuros relógios. Os relógios de bolso eram muito raros e tidos como verdadeiras jóias, vistos como símbolo da alta aristocracia. Mas para algumas pessoas, como o ‘brasuca’ Santos Dumont, o relógio de bolso era ruim: imagina um piloto de avião tendo que retirar um relógio do bolso de sua calça para verificar se o voo está no horário. Pois é, hoje temos o relógio analógico, digital, de pulso que ajuda. Mas na época do inventor do avião não existiam essas ‘modernidades’, por isso o brasileiro decidiu inventar, com a ajuda do amigo Louis Carter e do mestre relojoeiro Edmond Jaeger, o relógio de pulso, tudo para ajudar a ver as horas durante os famosos voos de Alberto Santos Dumont. O protótipo foi criado em 1904, nos mesmos moldes que existe hoje em dia.

Para chegar ao que vemos hoje no “mundo dos relógios” tudo se deve à inteligência de uma pessoa não muito conhecida no mundo da física, um tal de Galileu Galilei que, em 1595, descobriu a famosa Lei dos Pêndulos. A partir daí, surge uma enorme variedades de técnicas de registro do tempo. Os relógios deste tipo podem ser pêndulos, quartzo ou cronômetro.Hoje para muitas pessoas o relógio é apenas mais um objeto do dia-a-dia. “Ah, eu uso relógio só porque acho bonito, porque sempre olho as horas no celular”, diz a comerciante Veridiana Tavares.

Por causa da moda de muitas pessoas usarem apenas por enfeite, existe uma tremenda diversidade de relógios, uns mais lindos que os outros, o que deixa os “relógiomaníacos” maravilhados. “Sou viciado em relógio, além de ser prático para ver as horas, existem cada vez mais relógios que se adaptam ao seu estilo de roupa, à sua personalidade”, afirma Antonio Azevedo, dono de uma relojoaria no centro da cidade de Curitiba.“Vivemos uma vida que necessitamos do tempo, acho que se hoje o relógio fosse proibido, ficaríamos loucos”, diz Tereza Joaquina, que mesmo aposentada tem que seguir os horários pautados pelo dia-a-dia, “Tenho a hora certa para tomar meus remédio, de fazer o almoço, mesmo aposentada a vida não para e segue andando junto com os ponteiros do relógio” complementa a aposentada de 71 anos.

Os relógios já fazem parte da história da humanidade, “Eu sinto que falta alguma coisa quando saio sem relógio”, garante a estudante de Design Gabriela Lange. Não faz mais tanta importância para nossas vidas se o tempo é quente ou frio, se faz chuva ou sol, afinal de contas sabemos que, ao olhar as horas e o ponteiro, ou visor digital marcar 18 horas de sexta-feira – seja no Big Ban ou no seu celular - é hora de comemorar o fim da semana e partir para o happy hour com os amigos.

Tic-Tac...Tic-Tac...Tic…Tac…

13 de março de 2011

Voa Ganso, Voa... Mostra para o mundo o que eu já sei!



Foram 199 dias de apreensão, insegurança, de um manto sem seu dono em campo. A mítica camisa 10 do Santos estava sem o Ganso!

Jogo tenso, nervoso, erros. Meio campo sem criatividade, Elano sobrecarregado. Apenas 45 minutos de vaias, de zero a zero no placar.

Volta do intervalo, Diogo que estava com a 10 emprestada sai de campo dando lugar ao legítimo dono da 10 do Santos, da 10 do Brasil. Paulo Henrique Ganso voltava a participar de uma partida de futebol depois da grave contusão. Quase 7 meses, uma eternidade para quem ama jogar futebol, para quem vive a vida pela arte, para quem aprecia futebol.

Bastou 30 segundos para os 199 dias de saudades irem para o espaço. Com a genialidade de sempre, com a frieza típica “gansiana”, um lançamento na medida para o Zé Love ter o básico trabalho de dominar e rolar para o homem gol do Santos (Elano) fazer!

Mas o momento épico do jogo ainda estava por vir... a Vila mais famosa do mundo ainda viria abaixo! Quase aos dez minutos, jogada pelo lado direito, o garçom Zé Love oferece um prato cheio à moda de uma casa paraense, para Ganso se eternizar... Gol do camisa (ontem) 16! Ganso voltava em grande estilo, voando.

Faltou ritmo? Faltou, mas a classe demonstrada por ele durante os 45 minutos que jogou superou isso. Calcanhar, caneta, as tão famosas tabelas de Ganso e Neymar. Um dia para ficar gravado na memória de todos que viram o retorno do menino Maestro da Vila.

Aplausos de pé para o renascimento de um artista, gênio, de um camisa 10 à moda antiga que vai encher os olhos do mundo com seu futebol.

24 de janeiro de 2011

Ano novo, Show antigo

O ano de 2010 foi sem dúvida um dos melhores da história do Santos Futebol Clube. Muitos gols, dancinhas, confusões... e muito, mas muito show!

Chegou o ano de 2011, o que era pra ser novo é velho. O Santos, continua com os meninos que encantaram o mundo no ano passado, aliás, continuam entre aspas, Ganso e Neymar ainda não entraram em campo nesse ano novo. Mas o show continua.

A volta do ídolo Elano deu uma nova cara para o time da Vila Belmiro, Léo, Pará e companhia continuam com mesma pegada do primeiro semestre que o peixe fez em 2010. O técnico Adilson Batista assim como Dorival Junior, preza o ataque. Até mesmo por que torcida que ver é gol e não craques milionários que já deviam ter se aposentado, como aconteceu no último alvinegro que Adilson treinou.

Os meninos da Vila versão 2011 estão jogando como em 2010, a diretoria do Santos trabalhou bem, segurou os craques da equipe, além de reforçar com a experiência de Elano. O Santos ainda não conta com Charles e Diogo que vieram para ser titulares na equipe. Não pode contar com Ganso e Arouca ainda no departamento médico e esta sem Neymar, Alex Sandro, Danilo e Alan Patrick que estão servindo a seleção sub-20.

Com três vitórias em três jogos, 11 gols e apenas 3 sofridos, é inevitável o Santos ser o time que está mais uma vez encantando o Brasil, mais espantoso por estar sem jogadores titulares jogando. O elenco do alvinegro é muito forte, tem tudo para repetir as glórias do ano passado e esse ano tem Libertadores, se os meninos continuarem assim podem conquistar a América, mas é muito cedo para colocar o Santos como favorito na competição continental.

A única coisa que se pode afirmar sobre o Santos no momento, é que tudo continua como antes no quartel do seu Laor.