23 de março de 2012

O dia que conheci um gigante



Era para ser mais uma manhã qualquer de sábado, isso se eu estivesse no Brasil. Estava em Buenos Aires, capital da Argentina, terra do Tango, alfajor e roupas baratas. Um banho rápido, pois era o dia que havia esperado por muito tempo.

Saio do hotel apressado para não perder o ônibus do city tour, não me interessava Casa Rosada, Puerto Madero ou qualquer outro monumento da querida e prazerosa Buenos Aires. Meu foco era um só: La Bombonera.

Eis que o ônibus entra em umas ruas estreitas e do nada o monstruoso estádio se faz presente ao alcance dos meu olhos. Não acreditava no que estava vendo, era verdade, não estava sonhando, o La Bombonera estava ao meu alcance. Mas a ficha ainda não tinha caído.

Desço do ônibus e vou até a bilheteria comprar meu ingresso para visitar o místico estádio. Logo na entrada me deparo com uma estátua de Dom Diego Armando Maradona, tiro a clássica foto fazendo sinal de negativo. Aí já me perguntaram: Torce para que time no Brasil? Com o peito estufado digo: Santos!Os funcionários da loja me olharam e disseram: O time do Neymar e do Ganso. Eu como bom brasileiro respondi: Não é o time do Pelé.

Fui me dirigindo até a arquibancada do estádio, assumo que meu coração começou a bater mais forte, estava realizando um sonho. Quando subi as escadas e me deparei com a monstruosidade do estádio fiquei pasmo. Nunca havia entrado num campo de futebol tão bonito. Eu estava ali, a poucos passos do gramado, no nível do campo.

Sentei na arquibancada e fiquei ali, observando-o por uns 10 minutos, o tempo parou naquele momento para mim. Lembrei dos jogos lotados que via pela televisão. Recordei que meu Santos foi o primeiro time a bater o Boca Juniors dentro do La Bombonera, olhei ao meu redor e pensei: Amanhã tem Boca x River aqui, esse estádio não vai estar tão silencioso, vai estar lotado.

Antes de sair do estádio passei pela loja de compras, não pude sair de lá sem um cachecol do Boca, quando coloquei os pés novamente na rua e olhei as ruas apertadas e o gigantesco estádio no meio, lembrei da Vila Belmiro, são bem parecidos nesse aspecto. O dia estava só começando, muita coisa ainda ia acontecer para eu guardar no baú das minhas recordações. Mas aquela passeio por terras portenhas podia acabar ali mesmo, já tinha realizado meu sonho de criança de conhecer a caixinha de bombons do Boca Juniors.

7 de março de 2012

Um craque sem pátria



Lá vem ele, de novo ele. É craque. Todos admiram, seja preto, branco, asiático, índio, corinthiano, palmeirense, brasileiro ou argentino. No estádio todos ficam de pé, aplaudem, o ídolo, gênio, o melhor do mundo.

Quem diria que poderíamos ver um jogador completo. Se nossos avós, podem falar que viram Pelé jogar. Nossos pais que viram Maradona. Vamos poder falar para nossos filho e netos que vimos o Messi. O que ele faz com a bola nos pés, nunca vi ninguém fazer. Dizem que futebol é momento, que momento o dele!

Nem nos jogadores criados no vídeo-game conseguimos imitar a arte, classe, desespero, que o camisa 10 do Barça joga. Desde pequeno no Barcelona, prata da casa, intimidade espanhola, se sente um estranho no ninho quando joga na Argentina. Talvez por isso não vemos, com sangue Hermano, catimba e ódio dos jogadores vindos da terra do tango.

O argentino mais querido do mundo. Entorta adversário, ilude a platéia com seus lances antológicos, seu passes precisos, arrancadas sufocantes. Gols de placa, de letra, de cabeça, GOL! No time dos sonhos ele joga. Joga no meu, no seu, quem não gostaria de ter Messi carregando a bola com a camisa do seu time, com aquela canhota alucinante?

Ele é um craque sem pátria. Adorado por todos, pelo mundo. Os deuses do futebol aplaudem, reverenciam o maior jogador que meus olhos já puderam ver em ação. Desculpe Ronaldo, Zidane, Beckham. Mas o Messi, com aquele tamanho de pulga é maior que todos vocês.

2 de março de 2012

Podemos aguentar outro Maracanazo?

Em 1950 o Brasil chorou. A festa estava armada, mas nossos guerreiros não conseguiram suportar a celeste olímpica. Cerca de 200 mil pessoas estavam no Maracanã acompanhando o último jogo do quadrangular final da Copa do Mundo. O jogo definia o campeão mundial. Nos últimos minutos o Brasil sofreu um gol, o empate bastava para nossa seleção, mas perdemos por 2x1.

Quem estava no estádio naquela ocasião menciona até hoje que o silêncio que se tomou conta na arquibancada foi enorme. Jô Soares relatou no livro “A copa que não vimos e a que não queremos lembrar”, que aquele foi o momento mais triste que já viveu em um estádio de futebol. Quantas pessoas choraram escutando a pugna no rádio. Milhares de pessoas viram o Maraca se calar pela primeira vez. Li no livro "Almanaque da Copa do Mundo", que Jules Rimet, então presidente da FIFA, ficou com vergonha de dar a Taça ao capitão do Uruguai, tamanha a decepção do povo nas arquibancadas.

Hoje estamos nos aproximando cada vez mais da segunda Copa do Mundo em solo brasileiro. Nossa seleção se encontra na UTI, com atuações pífias, demonstrações raras do bom futebol. Temos bons jogadores, mas não encontramos o caminho certo do time dos sonhos. Neymar, Ganso, Leandro Damião, Lucas, Daniel Alves, ainda não conseguiram mostrar na seleção o que fazem nos clubes. O Sr. Mano Menezes não entendeu que esta ali no cargo da seleção para efetuar uma renovação e continua apostando em medalhões como o Ronaldinho Gaúcho e o Júlio Cesar que são atletas que não vão chegar em plenas condições de servir a seleção na Copa de 2014.

Todo brasileiro é apaixonado por futebol. Até hoje fico triste quando vejo imagens daquele fatídico dia em que perdemos a Copa em casa. Na atual conjuntura nacional, onde só o esporte é que nos dá alegria, podemos suportar outra dor de perder uma Copa em casa? Para mim todas as outras cinco estrelas que temos serão inúteis se não tivermos uma conquistada em campos brasileiros. Mas pelo jeito temos que começar a se acostumar com a ideia de ver o Brasil não ganhar o mundial, pois se o Mano continuar errando do jeito que esta acontecendo, vamos ter a segunda edição do Maracanazo. Eu não vou suportar ver ao vivo a maior tragédia futebolística nacional e você?