1 de setembro de 2009

Na província de Santa Fé

“Minha mãe diz que sou eu. A mãe do Pelé diz que ele é. Quem ganha é o futebol”, Maradona não poderia ter sido mais feliz ao formular essa frase, entre confrontos futebolísticos de Brasil e Argentina, sempre quem ganhar é o espetáculo que presencia jogos emocionantes.
Brasil e Argentina é um jogo único, cheio de mágia... É um campeonato à parte.
No próximo sábado esse jogo magnífico chega a partida de número 93, entre esses jogos inesquecíveis existem quatro que foram disputados em copas do mundo. Um dos prélios jogados contra nossos “hermanos” em mundiais é a “Batalha de Rosário”, era como se fosse uma semi-final da Copa de 1978 que fora disputada na Argentina, quem ganhase aquela partida daria um passo gigantesto para a disputa da final da Copa. Porém o Gigante de Arroyto era todo platino, foi um prélio tenso e nervoso, como em todo Brasil e Argentina, nesse ninguém queria perder. O embate acabou zerado e determinaria o ganhador do grupo B da segunda fase do Mundial a rodada derradeira. Exige a ética que, num caso desses, as duas partidas aconteçam simultaneamente, porém a Ente Autárquico Mundial designou a pugna do Brasil para tarde, e a da Argentina para a noite, caso ambos vencessem seus duelos o finalista para o confronto com a Holanda seria decidido pelo saldo de gols, a seleção comandada por Claudio Coutinho ganhou fácil da Polonia por 3x1, desse modo os argentinos teriam que ganhar de quatro gols de diferença do Peru.
Mancha vergonhosamente a história do futebol platino a facilidade com que se desvincilhou do Peru por 6x0 ganhando por três gols a vaga para a final da Copa. Anos mais tarde o arqueiro peruano Ramón Quiroga admitiu a falcatrua, o suborno, Quiroga era argentino de nascimento, dessa forma Cláudio Coutinho proclamou-se “Campeão Moral” da Copa marcada pela ditadura.
Na Copa de 1982 – antes do trágico jogo com a azurra- a seleção liderada por Zico, Falcão, e companhia deu show nos argentinos, fazendo “Dom” Dieguito se enfurecer e ser expulso no embate, triste sina a da seleção, o garoto de 82 seria o maestro da queda brasileira em 90. No Estádio Delle Alpi, em Turim, aconteceu um dos melhores jogos da Copa da Itália, nesse prélio vimos um Maradona “machucado” acabar com o jogo em uma jogada de Pelé, um dos maiores culpados pela derrota de 90 foi o então volante e hoje técnico da seleção, aliás nesse jogo tem a lenda da “água batizada”, a tal catimba e falta de ética platina...
Mas aquela Copa de 78 é difícil engolir, mas a seleção de Dunga, o jogador que fora tão criticado após a derrota de 90, pode se vingar... não só do resultado daquela Copa, mas se vingar de todos os resultados em que “los macaquitos” ganharam usando de artimanhas deploráveis.
Maradona e Dunga não estavam presentes no certame de 78, mas foram os protagonistas da pugna de 90, e vão ser os coadjuvantes do prélio de sábado, que vai ser realizado no mesmo estádio da partida da Copa da Argentina. Pela situação dos platinos nas eliminatórias, podendo terminar a rodada fora do grupo dos qualificados para o Mundial do próximo ano, teremos a Batalha de Rosário parte 2, os comandados de Dunga vão fazer de tudo para conseguir uma vitória, e os de Dieguito vão fazer o mesmo.
A verdade é que esse jogo vai ter gosto de uma final de Copa, e como nos últimos confrontos, principalmente nas finais, nos jogos decisivos, nossos queridos hermanos pederam, essa pode ser mais uma vitória para a lista brasileira.
Como todo Brasil e Argentina a emoção vai estar aflor da pele nos jogadores, nos técnicos e na torcida... Brasil e Argentina é diferente, tem um gosto especial.
O Brasil não seria Brasil sem a Argentina, e a recíproca é verdadeira, sem o“clássico dos clássicos “ o futebol não seria tão instigante.

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