21 de setembro de 2010

Menino prodígio e problemático

Neymar é craque! Isso é fato. Joga bola como poucos, isso quando o garoto quer jogar bola mesmo e não ficar dando uma de caí-caí.
O “mini craque” já mostrou que sabe lidar com a bola nos pés, mas com as palavras e as criticas o menino ainda não sabe como agir. Torcedor ferrenho do Santos, presenciei num sábado a noite no Pacaembu o primeiro jogo profissional do Neymar durante o paulista de 2009, saindo do banco o então garoto de 17 anos mudou a partida com jogadas fantásticas e um passe para gol. Vitória, boa estréia e sair aclamado pela torcida, tive a certeza que estava presenciando o nascimento de um dos grandes jogadores do futebol mundial. Talvez eu tenha me equivocado um pouco.
Grandes jogadores nascem da humildade, algo que o ‘moleque’ da Vila ainda parece não ter em certos momentos, pouco mais de um ano após ter visto a estréia dele pelo Santos, tive a chance de falar com ele no final do jogo contra o Atlético –PR na Arena da Baixada, achei ele super simpático e extrovertido, por incrível que pareça... humilde também.
Mas o menino prodígio do Santos não tem a cabeça no lugar, dar chapéu com o jogo parado, bater pênalti com cavadinha em final de campeonato, não são coisas de craque! O sucesso subiu a cabeça dele e não o culpo por isso. Afinal, qual garoto de 18 anos não ficaria deslumbrado e achando que pode tudo, com o dinheiro que ele ganha e com a forma que a mídia o trata? Eu ficaria!
Outro grande culpado das atitudes do Neymar é o Santos Futebol Clube, que trata o jogador como Deus, nunca vi um jogador ser tão bem tratado como ele. Talvez o único que fique acima seja o Rei Pelé.
Nesse semana o Ney (como é chamado pelo colegas de clube) se envolveu em duas polêmicas – se continuar assim vai roubar a fama de BadBoy do Edmundo – a primeira no jogo de domingo contra o Ceará quando saiu discutindo com o volante do Vozão, na última quarta o bate boca foi com o técnico do Santos Dorival Jr. Tudo começou porque o técnico não deixou ele bater o pênalti, aí Neymar mostrou que é menino mesmo, rebolou com a bola, não passou a pelota para os companheiros, ignorou orientações... Dorival deveria ter dado uma de Capitão Nascimento e falado: Você é um moleque não merece usar essa farda!
Depois do jogo Neymar correu pro twitter e falou que foi discussão de quem quer vencer e que esta junto com o professor Dorival! Se é verdade ou não só o tempo nos dirá. Mas também não é pra exagerar como o técnico René Simões fez falando que estamos criando um monstro. Não foi a primeira e nem vai ser a última vez que um jogador discute e troca xingamentos com o técnico.
A verdade é que o que anda acontecendo com o garoto Neymar, que tem todas as qualidades para ser um dos melhores jogadores do mundo, serve de alerta para os clubes, pois acompanhamento psicológico não é só coisa de louco, é um trabalho importante principalmente com garotos que de da noite para o dia se tornam astros, e ficam entre o céu e o inferno.

8 de setembro de 2010

O resgate do orgulho do basquete nacional



Um elenco com a melhor safra de jogadores dos últimos tempos, tentando apagar a decepção do último mundial, mas que acaba voltando mais cedo para casa. Pode ser o enredo de um filme sobre a participação brasileira no mundial da Copa do Mundo de futebol na África do Sul, mas não! Esse é o enredo da participação brasileira no mundial de basquete disputado na Turquia. Ambos são parecidos em alguns pontos e diferentes em vários outros. Vamos falar dos diferentes, pois os únicos pontos em comum foram os elementos da narrativa.

Comandada pelo argentino Rubén Magnano, a seleção brasileira conseguiu reunir talvez o melhor time de basquete dos últimos tempos do país, chego a dizer que essa foi a melhor seleção depois da geração de Oscar e companhia. Vários problemas apareceram no caminho do time brasileiro, como o corte por lesão do pivô Nenê, que joga no Denver Nuggets da NBA.

Mesmo sem Nenê a seleção continuava forte, contando com grandes jogadores, tais como Leandrinho, Spliter, Huertas e Varejão. O Brasil mostrou para o mundo nesse mundial que ainda pode voltar a ser um dos grandes do basquete.

O jogo contra a “equipe B” dos EUA mostrou que o Brasil podia almejar algo grande no mundial, a derrota por dois pontos de diferença fez o povo brasileiro sentir novamente orgulho do tão injustamente desmerecido basquetebol. Tudo bem que caímos nas oitavas de final diante da forte Argentina, de um inspirado Luis Scola cestinha da partida com 39 pontos. Mas o Brasil lutou até o fim, foi guerreiro, vibrante, nada parecido com o apático time de Dunga no mundial de futebol. Rubén Magnano resgatou o orgulho nacional pelo basquete, resgatou nos jogadores o orgulho de servir a seleção.

Nunca achei que um argentino fosse fazer tão bem para o Brasil, esta certo que não conseguimos o tão sonhado tricampeonato mundial de basquete... É isso mesmo, TRI! Muitos não sabem, mas o Brasil ganhou os mundiais de 59 e 63, só que o campeonato mais lembrado é sem dúvida o épico Pan de Indianápolis de 87.

Para aqueles que só sabem criticar, o Brasil foi muito além das expectativas de muitos críticos, Magnano assumiu o Brasil a pouco mais de três meses e o objetivo não era pegar um pódio no mundial, o real objetivo é levar o basquete brasileiro novamente as olimpíadas, e preparar um time forte para 2016, prova disso é que o armador Raulzinho de apenas 18 anos fez parte do grupo que disputou o mundial na Turquia.

O único ponto que me deixou triste, foi que o armador Marcelinho Machado disputou seu último mundial, e que mundial, o melhor da carreira dele, jogou muito e foi decisivo para o Brasil, sempre saindo do banco e fazendo a diferença... ele mais do que todos merecia uma medalha,com 35 anos dificilmente ira disputar outro grande torneio vestindo as cores do Brasil. Mas quem sabe?! Afinal Londres-2012 é logo ali.

1 de setembro de 2010

O Corinthians que um santista vê.

Nesta semana, um dos mais importantes clubes do cenário futebolístico nacional completou 100 anos; E como eu não podia fugir do clichê tenho que falar um pouco da história corinthiana, por mais difícil que seja... pelo fato de torcer para um dos maiores rivais do alvinegro paulista, o alvinegro praiano mais conhecido como Santos.
Acho muito bonita a história do “timão”, um time que surgiu e foi um dos primeiros a acabar com a tal da elitização no futebol, ou seja, a democracia corinthiana começou muito antes da era Socrates. O mais popular time do estado de São Paulo, surgiu de uma origem humilde, foi criado por dois pintores, um cocheiro e um sapateiro e só foi se firmar entre os grandes clubes paulista nas décadas de 20 e 30, nessa época o alvinegro arrematou nada mais nada menos do que 9 títulos paulistas, sendo três consecutivos.

Mas o melhor momento da centenária história corinthiana (ao meu ver) foi na década de 50, Jovens formados nas "categorias de base" do Corinthians, como Luizinho, Cabeção, Roberto Belangero e Idário, juntaram-se a jogadores como Baltazar, Cláudio e Gilmar, que formaram um dos melhores times da história corinthiana. Essa equipe foi campeã do Campeonato Paulista (1951 e 1952), do Torneio Rio-São Paulo (1950, 1952 e 1953) e da Pequena Taça do Mundo (1953, primeiro título internacional do clube). Em 1954, o Campeonato Paulista daquela temporada despertou grande interesse em todos os clubes e torcedores, porque comemorava o IV Centenário da Fundação da cidade de São Paulo. Para época, era considerado o título paulista mais importante da história, pra minha tristeza deu “Timão”. No final da década de 1950, assumiu a presidência do clube por voto direto dos associados Vicente Matheus, um dos mais carismáticos dirigentes da história do futebol nacional.

Os anos seguintes foram longos para a fánatica torcida corinthiana, campanhas pífias como a do paulista de 1961 fez com que o time ganhasse o apelido de “Faz me rir” dos rivais, craques que chegaram com estátus de salvador da pátria e não vingaram como Almir Pernambuquinho e Mané Garrincha, fizeram o time do parque São Jorge amargar um longo tempo sem títulos, mas foi nessa época que surgiu um dos maiores ídolos do clube, um tal “reizinho do parque” conhecido como Rivellino.
Na década de 80 a democracia corinthiana foi sem dúvida algo jamias visto em um time de futebol, quando tive a oportunidade de entrevistar o Dr. Socrates, o líder da democracia, pude ver o quanto aquele momento é importante para a história do futebol e da política brasileira.

Hoje o Corinthians é um dos maiores clubes do Brasil, uma estrofe do hino mostra a verdade...”És do Brasil, o clube mais brasileiro”. As festividade são mais do que merecidas, parabéns pra esse bando de loucos que amam primeiro o Corinthians e depois o futebol.